Rodrigo Vieira   |   20/04/2023 12:19
Atualizada em 20/04/2023 12:20

NDC não desfragmentará distribuição aérea no Brasil, diz Jackson da Wooba

Fundador e CEO da empresa de tecnologia envia artigo exclusivo ao Portal PANROTAS sobre o tema


PANROTAS / Emerson Souza
Jackson Andrade, CEO da Wooba
Jackson Andrade, CEO da Wooba

A Wooba, assim como outros sistemas igualmente importantes, já reagrupa o conteúdo aéreo e o entregam ao agente de viagens para que ele possa atuar junto ao seu cliente. É por isso que o New Distribution Capability (NDC) não deverá causar desfragmentação do modelo da distribuição no mercado de Turismo do Brasil. Essa é a visão de Jackson Andrade, CEO da traveltech, sobre o código de distribuição da IATA.

O Portal PANROTAS pediu a uma série de players do Turismo um artigo sobre o NDC, e as publicações já estão sendo feitas. O primeiro, feito por Edmar Mendoza Bull, da Copastur, já está no ar.

O segundo, da Wooba, você acompanha na íntegra a seguir:

NDC nada mais é do que uma melhora na interoperabilidade entre os sistemas

Jackson Andrade, CEO da Wooba

Nós, da Wooba, entendemos o NDC como uma evolução natural dentro dos acontecimentos da distribuição aérea nas últimas duas décadas, até porque nossa companhia surgiu e se tornou possível em decorrência deste movimento. Participamos no Brasil de todas as etapas deste processo. Em nossa história vimos o conteúdo Gol nascendo fora do ambiente GDS; passamos pelas transições da Tam, entre os diversos modelos que adotou; o nascedouro da Azul também fora do GDS; em 2012 fizemos a integração de conexão direta com a American Airlines; e, mais recentemente, a implementação do NDC da Latam e outras companhias, como Copa Airlines e Avianca.

Nosso objetivo é apoiar toda iniciativa que melhore o ambiente tecnológico da indústria do Turismo, além de atuar para disponibilizar o novo de imediato. Isso porque nosso DNA é de inovação, tendo como foco o ambiente de negócios de todas as agências de viagens, independente do seu tamanho ou nicho. Por isso, enxergamos o NDC como um envelope bem estruturado e flexível para a distribuição do conteúdo. Ele é “só isso”, porque não afeta o conceito central de reserva e venda de viagem, e é “tudo isso”, porque ao entregar mais flexibilidade e oferecer maior poder para a companhia aérea sobre o seu produto, tanto no que diz respeito a serviços, quanto a preços, permite entregar mais valor ao viajante.

Quanto à desfragmentação do modelo da distribuição - e no Brasil isso já ocorreu, uma vez que os principais players já operam em conexão direta - não a assistiremos, porque a Wooba, assim como outros sistemas igualmente importantes, já reagrupam o conteúdo e o entregam ao agente de viagens para que ele possa atuar junto ao seu cliente, orientando, esclarecendo e mostrando as melhores opções quanto a custo, horários, opção de bagagens, reembolso, etc. Então, a indústria de viagens do Brasil se antecipou ao cenário internacional e ela não é “dependente” dos sistemas globais de distribuição para entregar conteúdo ao viajante.

O que enxergamos como disruptivo não é o NDC, o NDC nada mais é do que uma melhora na interoperabilidade entre os sistemas. O fato disruptivo é que hoje, por meio de API como do Wooba, é possível que os players se conectem e troquem conteúdo fazendo negócios. Passamos de um modelo cêntrico ou hierárquico de distribuição, para um modelo em rede. E isso gera um universo de possibilidades de negócios e inclusive o surgimento de novos tipos de negócios. Vemos isso já acontecendo no Brasil, com experiências inovadoras, interessantes e valiosas, onde estão surgindo novas agências de viagens que espelham essa nova fronteira digital.

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