Artur Luiz Andrade   |   27/08/2019 10:00
Atualizada em 27/08/2019 10:24

Passaredo irá ao Cade contra a Azul, que nega acusações

A Passaredo Linhas Aéreas enviou comunicado ao mercado, acusando a Azul Linhas Aéreas de tentativa de contratação de sua tripulação, incluindo pilotos


Divulgação

A Passaredo Linhas Aéreas enviou comunicado ao mercado, acusando a Azul Linhas Aéreas de tentativa de contratação de sua tripulação. Confira a seguir:

"A Passaredo Linhas Aéreas, companhia regional que anunciou na última semana a aquisição da também empresa regional MAP Linhas Aéreas, afirma nesta segunda feira, dia 26 de agosto, que irá tomar medidas jurídicas junto ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e à Justiça comum diante do assédio que a Azul Linhas Aéreas vem fazendo perante todos o seu corpo técnico de pilotos e co-pilotos.

Segundo a direção da Passaredo, o departamento de recursos humanos da Azul tem entrado em contato sistematicamente com todos os pilotos da Passaredo/MAP, oferecendo vagas de ingresso imediato como pilotos de aeronaves a jato, visando prejudicar a empresa no momento em que está estruturando suas novas operações de Congonhas.

"Existem centenas de excelentes pilotos com experiência em jatos no mercado, inclusive oriundos da operação da Avianca. A Passaredo recebeu esses currículos recentemente durante a seleção de pilotos que vem realizando. Se a Azul tivesse interesse exclusivo em contratar mão de obra, seria natural aproveitar esses profissionais já experientes no equipamento a jato. Contudo, o que a Azul quer é aliciar a mão de obra da Passaredo para prejudicar a estruturação das operações em Congonhas", diz Eduardo Busch, CEO da Passaredo.

"Durante o processo de distribuição dos slots de Congonhas, foi pública e notória a pressão política e institucional que a Azul fez perante a ANAC e o DECEA. Forçaram uma barra enorme tentando impedir o acesso da Passaredo e da MAP ao aeroporto, até o último momento. Agora, uma vez que não tiveram sucesso na pressão política, querem prejudicar a Passaredo tentando sabotar as operações da empresa", complementou o executivo.

Segundo a Passaredo, mais de 80% dos pilotos da empresa foram contatados por representantes da Azul nos últimos três dias. "Ainda bem que temos um time comprometido com nosso projeto. Voar na Passaredo é fazer parte de uma família, é mais do que trabalho. Estamos muito felizes de ver o caráter de nossos tripulantes, que estão indignados com a falta de ética da Azul", ressalta Busch.

A reclamação da Passaredo perante o CADE e à Justiça se baseia na prática de concorrência desleal, nos termos do art. 195 da Lei de Propriedade Intelectual, ou como infração à ordem econômica, nos termos do art. 36 da Lei 12529. Basicamente, o assédio aos pilotos, se exitoso, impedirá a Passaredo de competir de maneira agressiva, e isso desequilibra o mercado."

RESPOSTA DA AZUL


Facebook/ Azul

“A Azul nega o fato de estar assediando funcionários de outras empresas. A companhia é a aérea que mais cresce no País e ressalta que tem ampliado seu quadro de tripulantes diariamente, para atuar em diferentes áreas da empresa, à medida que vem ampliando sua presença no Brasil e no exterior e incorporando novas aeronaves em sua frota.

Somente em 2019, a Azul deve incluir cerca de 30 novos aviões, contratar mais de 2.000 novos tripulantes e ampliar em mais de 20% sua oferta de assentos.

O recrutamento de novas pessoas é feito com os recursos disponíveis no mercado brasileiro e, em alguns casos, os candidatos atuam em outras companhias do setor, como é comum em qualquer indústria. Ainda, a Azul informa que tem posições abertas para pilotos e convida candidatos que tenham interesse na companhia a enviarem seus currículos ao RH da Azul.”

Tópicos relacionados