Rodrigo Vieira   |   05/05/2020 13:09
Atualizada em 05/05/2020 16:29

Iata diz 'sim' para máscaras e 'não' para bloqueio de assentos

Para associação, há evidências de que o risco de contágio a bordo é baixo


Associação aponta que bloqueio de assento não tem grande eficácia e elevaria o tíquete médio
Associação aponta que bloqueio de assento não tem grande eficácia e elevaria o tíquete médio

A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) é favorável ao uso obrigatório de máscaras a bordo como reforço nas medidas de biosegurança que serão implementadas temporariamente quando as pessoas voltarem a viajar. No entanto, a entidade é contrária à imposição de distanciamento social por meio de "bloqueios" do assento do meio.

"Evidências mostram que o risco de contágio a bordo é baixo mesmo com as medidas especiais. O uso de máscaras por passageiros e tripulantes vai reduzir um risco que já é baixo e vai reduzir a dramática alta de preços para de um bilhete aéreo que outras medidas podem trazer", aponta a Iata, em comunicado.

De acordo com a associação, apenas três episódios de suspeita de transmissão de covid-19 apareceram em uma pesquisa feita com 18 grandes companhias aéreas de janeiro a março de 2020, considerando passageiros e tripulantes. Além disso, um exame mais detalhado da Iata com 1,1 mil passageiros que foram detectados com covid-19 após viajar de avião mostra que não revelaram transmissão secundária entre os mais de 100 mil passageiros nos mesmos voos, durante os mesmos três. Apenas dois possíveis casos foram detectados, entre tripulantes.

"A segurança dos passageiros e tripulantes é nossa maior prioridade. A indústria de aviação está trabalhando com governos para reiniciar os voos de maneira segura quando a retomada começar", afirma o CEO da Iata, Alexandre de Juniac. "Deveremos chegar a uma solução que deixe encoraje os passageiros a viajar com segurança e mantenha as tarifas acessíveis. Ter uma coisa e não ter a outra não adiantará."

A associação traçou uma lista com medidas que reduzem o risco de contágio a bordo, além da obrigatoriedade no uso de máscaras para passageiros e tripulantes:
- Medir a temperatura de passageiros, tripulantes e aeroviários;
- Melhorar os processos que reduzam contato com outros passageiros e tripulantes;
- Limitar o movimento na cabine durante o voo;
- Limpeza de cabine mais frequente e profunda;
- Simplificar processos de catering para que haja menos interação entre tripulação e passageiros.

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