Juliana Monaco   |   16/10/2020 09:15
Atualizada em 16/10/2020 10:06

Na contramão do mercado, Air Canada adquire low-cost canadense

Apesar dos impactos da pandemia, a companhia prevê um cenário positivo para a retomada


Getty Images
A rota São Paulo-Toronto foi a primeira a ser retomada pela companhia, em 1º de setembro
A rota São Paulo-Toronto foi a primeira a ser retomada pela companhia, em 1º de setembro
Com sinais positivos de retomada, a Air Canada concluiu o processo de aquisição da Air Transat, low-cost canadense que atende 26 países. Apesar de ter sofrido com os impactos da pandemia, a companhia voltou a fazer investimentos, além de ter caixa suficiente para sustentar as operações em mais de um ano.

"Todas as companhias passaram por um momento muito turbulento, mas já estamos em um processo de liquidez melhor. Entramos neste período com US$ 9,1 bilhões em caixa e, no final de setembro, reforçamos com US$ 1,7 bilhão. Além desse caixa, a aquisição da Air Transat mostra que a Air Canada é uma empresa que vai continuar firme e que voltará com tamanho dobrado", disse o diretor geral da Air Canada no Brasil, Giancarlo Takegawa.

Após cinco meses de paralisação, a Air Canada retomou a rota São Paulo-Toronto com três frequências semanais em 1º de setembro, fechando o mês com 45% de ocupação. A expectativa é de operar voos diários a partir de dezembro e retomar ainda os voos para Montreal. No mercado global, a ocupação geral varia de 15% a 20%, em relação ao índice registrado em 2019.

No entanto, a companhia planeja retomar as operações pré-pandemia assim que o Canadá reabrir as fronteiras e flexibilizar a entrada de brasileiros. As restrições de viagens no país devem permanecer em vigor até 21 de outubro, com exceção para alguns viajantes. "Registramos uma ocupação super vitoriosa, mas estamos buscando passageiros além do Canadá. Temos planos de retomar os voos no Chile e Argentina em dezembro e de voltar com as operações normais assim que as fronteiras reabrirem. A expectativa e o ânimo são totais", ressalta Takegawa.

Divulgação/Air Canada
Giancarlo Takegawa
Giancarlo Takegawa

A aérea também tem investido em seu programa de fidelidade para atender às necessidades dos passageiros. A partir de novembro, qualquer assento disponível nos voos será elegível para ser resgatado com milhas e os membros poderão convidar familiares e amigos para a sala vip. "Fizemos uma pesquisa com 30 mil membros no Canadá, o que nos ajudou a flexibilizar o nosso programa. As milhas servem para ser usadas e não expiradas. Adaptamos o programa para que os passageiros ganhem milhas e as utilizem com os produtos da Air Canada", explica o diretor geral da Air Canada no Brasil.

PROTOCOLOS

Para assegurar a saúde e segurança dos passageiros, a Air Canada implementou medidas de biossegurança nos aeroportos e a bordo, incluindo filas virtuais, despacho de bagagens sem contato e disponibilização de kits de atendimento ao cliente, álcool em gel, máscara, lenços antissépticos e luvas. Já os passageiros que não se sentirem seguros em viajar poderão remarcar o voo gratuitamente até 31 de dezembro.

Desde a sua retomada, a aérea ofereceu testes de covid-19 gratuitamente para todos os viajantes internacionais que chegavam em Toronto. Foram 15 mil testes realizados, com 99% dos resultados negativos. Para Takegawa, esse dado indica que a quarentena obrigatória de 14 dias que o governo canadense exige não é mais necessária. "São evoluções e estudos baseadas na ciência que nos mostram um cenário positivo e que esperamos que aconteça", destaca.

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