Karina Cedeño   |   21/02/2024 19:04

Boeing demite chefe do programa 737 Max após problemas com aviões

ED Clark, que trabalhava na fabricante há 18 anos, estava no comando da divisão desde março de 2021


Flickr/Paul Thompson
737 Max é o modelo de avião mais vendido da Boeing
737 Max é o modelo de avião mais vendido da Boeing

A Boeing anunciou o afastamento de Ed Clark, chefe do Programa de aeronaves 737 Max, depois de problemas contínuos que vinham ocorrendo com o modelo de avião nos últimos cinco anos. Além dos dois acidentes aéreos que mataram um total de 346 pessoas, houve também o incidente com o 737 Max 9 da Alaska Airlines, ocorrido em janeiro deste ano, quando um plugue de porta estourou logo após a decolagem, deixando um buraco aberto na lateral do avião.

Clark, que trabalhava na Boeing há 18 anos, estava no comando do programa Max desde março de 2021, assumindo esse título depois que os jatos voltaram ao serviço após os acidentes. Mas ele já havia ocupado funções relacionadas ao 737 Max, inclusive como engenheiro-chefe e mecânico-chefe do 737. Com a saída do executivo, a Boeing também anunciou uma mudança de vários profissionais em sua unidade Boeing Commercial Airplanes (BCA). Criou um novo cargo executivo, de vice-presidente sênior de Qualidade da BCA, e nomeou Elizabeth Lund para a função. Ela foi VP sênior e gerente geral de programas de aviões da Boeing Commercial Airplanes, supervisionando não apenas o 737 Max, mas outros modelos de jatos de passageiros fabricados pela empresa.

Mike Fleming, que anteriormente foi vice-presidente sênior de desenvolvimento e atendimento ao cliente, assumirá a função que Elizabeth ocupava anteriormente. E Katie Ringgold, que foi vice-presidente de entregas do 737 Max, assumirá o cargo anterior de Clark, supervisionando o Max.

Reprodução/Linkedin
Ed Clark
Ed Clark

Além dos problemas que resultaram no encalhe dos 737 Max 8 e Max 9 após os incidentes, os problemas na Boeing também adiaram a certificação de duas novas versões do jato, o Max 7 e uma versão esticada, o Max 10.

Os CEO dos três principais clientes da Boeing – United Airlines, Southwest e Delta Air Lines – disseram recentemente que não contam mais com a obtenção das novas versões dos aviões que encomendaram tão cedo. O CEO da United, Scott Kirby, referiu-se ao incidente da Alaska Airlines como a “gota d'água” no que diz respeito ao planejamento de sua companhia aérea para o Max 10.

Um relatório preliminar do National Transportation Safety Board (NTSB) descobriu que, quando o avião deixou a fábrica da Boeing, estavam faltando os quatro parafusos que deveriam manter o plugue da porta no lugar. O relatório não avaliou a culpa pela falta dos parafusos e pelo acidente, mas em uma declaração aos investidores antes da divulgação das descobertas, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, assumiu a responsabilidade pelo incidente. “Nós causamos o problema e entendemos isso. Quaisquer que sejam as conclusões a que se chegue, a Boeing é responsável pelo que aconteceu”, disse ele aos investidores durante uma ligação telefônica após divulgar o último prejuízo trimestral da empresa.

Com informações da CNN Internacional.

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