Laura Enchioglo   |   12/09/2023 11:15
Atualizada em 12/09/2023 17:59

Trabalho entre Abear, Decea e Iata reduz emissão de gás carbônico

Colaboração resultou na redução de emissão de 90 milhões de kg de CO2, de 2020 até o 1º trimestre de 2023


PANROTAS / Filip Calixto
Jurema Monteiro, presidente da Abear
Jurema Monteiro, presidente da Abear

O trabalho colaborativo entre a Abear, a Iata e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para o aperfeiçoamento e otimização de rotas aéreas permitiu a redução de emissão de mais de 90 milhões de kg de gás carbônico no ano de 2022. Esse total equivale à absorção de CO2 realizada por 551.673 árvores da Mata Atlântica, já que cada árvore desse bioma absorve 163,14 kg de CO2 durante seus primeiros 20 anos, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica.

Considerando-se o período acumulado de 2020 ao 1º trimestre de 2023, as empresas aéreas deixaram de emitir 196 milhões de kg de CO2, o que representa 1,2 milhão de árvores da Mata Atlântica.

O aprimoramento de rotas aéreas nesse período permitiu, ainda, a economia de 62.164.200 kg de querosene de aviação (QAV) de 2020 até março deste ano, o que corresponde a 37.675 voos na ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, cujo consumo de combustível é de 1.650 kg de QAV. Essa redução seria suficiente para encher os tanques de 2.389 aviões da Boeing, modelo 737-800, ou 3.108 aeronaves da Airbus, da família A320.

“O trabalho colaborativo entre a Abear e o Decea, por meio do Projeto Eficiência de Rotas, tem sido fundamental para mostrar o que de fato as companhias aéreas e autoridades aeronáuticas têm feito para contribuir com a descarbonização da aviação comercial. Iniciativas como essa comprovam o potencial que o País tem para ser protagonista nas discussões sobre redução de emissões e desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação”

Jurema Monteiro, presidente da Abear

De 2020 até o início de 2023, o trabalho colaborativo propiciou a criação de 300 rotas alternativas otimizadas para que as aeronaves pudessem voar trajetórias mais diretas entre os aeroportos de origem e destino. A partir de 5 de outubro, com a implantação do Projeto Eficiência, do total das 300 rotas alternativas, 75 passarão a ser rotas permanentes. Ao todo, foi possível uma economia de 740 mil km, o que seria suficiente para percorrer 169 vezes a distância entre os extremos Norte brasileiro (Monte Caburaí) e Sul (Arroio Chuí), cuja distância é de 4.378,41 Km.

Rotas otimizadas

Um exemplo de rota otimizada é a que parte do Aeroporto Internacional de Recife (PE) para o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com redução de aproximadamente 26 quilômetros e economia de 4 minutos entre os dois trechos. A rota entre os aeroportos de Fortaleza (CE) e Recife, por sua vez, teve diminuição de quase 30 quilômetros e redução de tempo de voo de 5 minutos entre as duas localidades.

“Além de promover a gestão do tráfego aéreo mais sustentável através das rotas fixas mais diretas, o Projeto Eficiência de Rotas proporciona uma carga de trabalho mais igualitária nos centros de controle de tráfego. Os procedimentos de navegação aérea com perfis de voo mais eficientes e uma nova estrutura de espaços aéreos e de setorização são fundamentais para a implementação desse novo cenário operacional”, afirma o chefe do Subdepartamento de Operações do Decea, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.

Para o diretor da Iata para o Brasil, Dany Oliveira, a descarbonização da indústria de aviação é o maior desafio do setor. “Para sermos bem-sucedidos precisamos do esforço conjunto de nosso setor fortemente apoiado pelos governos. A colaboração entre a Iata, Abear e o Decea, por meio do Projeto Eficiência de Rotas, é exemplar no caminho rumo à descarbonização da aviação comercial. Essas iniciativas ressaltam o potencial do Brasil como protagonista nas discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento de combustíveis de aviação sustentáveis – os SAFs. Juntos vamos superar os desafios da transição energética”, disse.

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