Victor Fernandes   |   04/10/2022 10:00
Atualizada em 04/10/2022 10:02

Tráfego aéreo na América Latina chega próximo de pré-pandemia

O Brasil apresentou um resultado ainda 5% abaixo ao do período anterior à pandemia

Unsplash/Kevin Woblick
O Brasil apresentou um resultado ainda 5% abaixo ao do período anterior à pandemia
O Brasil apresentou um resultado ainda 5% abaixo ao do período anterior à pandemia
Os dados mais recentes do movimento aeroportuário na América Latina e Caribe, apurados pelo Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe (ACI-LAC) no final de setembro, mostram que a região registrou em agosto de 2022 tráfego aéreo 1,7% inferior ao mesmo período de 2019. Apesar de ainda não ter alcançado os números anteriores à pandemia, este é o melhor desempenho dos aeroportos da região neste retorno dos passageiros às viagens aéreas.

“É espetacular a retomada da América Latina e Caribe até aqui”, comemorou Rafael Echevarne, diretor-geral de ACI-LAC, durante o primeiro dia da Assembleia e Conferência Anual do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe | ACI-LAC Annual Assembly Conference&Exhibition 2022, que este ano acontece em Buenos Aires, na Argentina.

Segundo Echevarne, o Brasil apresentou um resultado ainda 5% abaixo ao do período anterior à pandemia. República Dominicana e México foram os países que mais se recuperaram, com altas de 17% e 11%, respectivamente, em relação a 2019.

“Países que nunca fecharam fronteiras, como o México, e que levantaram há mais tempo as restrições, retomaram o tráfego aéreo mais rápido. E a tendência agora é de expansão, porque desde o dia 1º de outubro não há mais restrições para entrada de passageiros nos países da América Latina e Caribe, ou seja, não há razões relacionadas à covid-19 que dificultem as viagens na região”, completou Echevarne.

INVESTIMENTOS

Anfitrião do evento, Martin Eurnekian, CEO de Corporación América Airports e presidente de AA2000, informou que em, 2022 e 2023, serão investidos US$ 400 milhões na modernização dos aeroportos que a empresa opera. “A readequação dos terminais e a segurança das operações são os pilares que motivam nossos investimentos. E para os próximos cinco anos temos projetados investimentos de 750 milhões de dólares”, completou.

Ezequiel Barrenechea, presidente de ACI-LAC e diretor de Corporación América, também esteve presente e destacou dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), segundo os quais o crescimento do setor da aviação na região da América Latina e Caribe vão gerar a necessidade de investimentos de 146 bilhões de dólares nos próximos 20 anos.

“Ainda temos muitos objetivos prioritários a cumprir e só teremos sucesso se trabalharmos de forma conjunta com todos os atores do setor, isto é, aeroportos, companhias aéreas, governos, cada qual com seus representantes”, disse Barrenechea.

Já Luis Felipe de Oliveira, diretor-geral de ACI World, destacou que a indústria sai da pandemia com uma variedade de desafios complexos e multidisciplinares e um deles é recuperar os trabalhadores que sairam do setor quando houve a queda do volume de viagens. Segundo ele, “50% dos postos de trabalho da aviação foram perdidos durante a pandemia e uma das prioridades hoje é investir na busca por mão de obra qualificada. Sabemos que a indústria vai duplicar nos próximos 20 anos e precisamos de novos profissionais que sejam atraídos para o nosso negócio”.

A Assembleia e Conferência Anual do Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe é o principal evento para o mercado aeroportuário da região que reúne as principais autoridades aeroportuárias do setor e mais de 300 executivos e especialistas em aviação. No primeiro dia da edição de 2022 foram destaque ainda discussões sobre turismo sustentável; regulação aeroportuária; a integração dos veículos de mobilidade aérea avançada aos aeroportos; a preparação da indústria para um futuro com zero emissões de carbono; as tecnologias que otimizam a operação aeroportuária; as oportunidades para a aviação elétrica; e de que forma redes sociais como o WhatsApp contribuem para a melhoria da experiência do passageiro no aeroporto.

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