Contas públicas podem adiar acordo Abav/Tam

A criação de um campo específico nos bilhetes domésticos da Tam emitidos pelos agentes de viagens – dentro do novo modelo de comissionamento acordado entre a companhia aérea e a Abav Nacional – pode ser um problema para as agências de viagens que atendem à administração pública. Por essa razão, o diretor comercial da Tam, Klaus Kühnast, reuniu-se hoje com o presidente da Abav-DF, João Eduardo Zisman (foto), em busca de uma solução. “Temos dúvidas sobre a aplicabilidade do acordo nos contratos da administração pública”, explica Zisman. “Não sabemos como o governo vai interpretar essa nova modalidade e não queremos correr o risco de não receber dos órgãos públicos, deixando, conseqüentemente, de honrar o pagamento com a Tam”, alerta.

Zisman, que propõe o adiamento do acordo até que se encontre uma solução para o problema, conta que os governos e empresas públicas são impedidos de pagar taxa administrativa a fornecedores. Segundo ele, o modelo inviabilizaria o atendimento das agências à administração pública, questão que foi defendida também pelo presidente da Eurexpress, de Brasília, Eliomar Nogueira, um dos 47 agentes de viagens que participaram da reunião. Nogueira foi o vencedor da última edição do Top Tam.

Segundo o presidente da Abav-DF, o diretor comercial da Tam sensibilizou-se com o problema e, junto com o responsável jurídico da companhia aérea, prontificou-se a apresentar uma solução até segunda-feira, uma vez que a data para o início da aplicação do acordo é o próximo dia 11, sexta-feira. “Tenho certeza de que a Tam vai escolher um caminho da contemporização, porque estamos todos no mesmo barco”, diz Zisman. “Temos um tempo muito curto para contatar o governo e ter alguma resposta de imediato, por isso creio que a Tam poderá pensar em algum tratamento diferenciado na questão”, completa. “É melhor acautelar-se, mesmo que isso retrase um pouco a aplicação do acordo, do que correr riscos.”