Rodrigo Vieira   |   08/12/2021 14:35

De portas fechadas, Maksoud Plaza prevê retorno da marca

Leia o comunicado da HM Hotéis, administradora da icônica propriedade paulistana


Divulgação
Maksoud Plaza não resistiu à crise provocada pela pandemia de covid-19
Maksoud Plaza não resistiu à crise provocada pela pandemia de covid-19

A marca Maksoud Plaza continuará existindo, mas com projetos ainda não revelados. É o que aponta a HM Hotéis, administradora do hotel paulistano que fechou as portas nesta semana, após 42 anos de atividade como uma das mais icônicas propriedades do setor de hospitalidade no Brasil.

Devido à pandemia de covid-19, o Maksoud Plaza ficou fechado durante cerca de sete meses em 2020, decisão essa que foi responsável por um prejuízo de R$ 20 milhões ao hotel da região da avenida Paulista. A demanda ainda aquém do esperado fez com que a reabertura, anunciada há pouco mais de um ano, tenha sido insuficiente para a empresa se recuperar da difícil situação em que se encontrava.

Facebook / Maksoud Plaza
Maksoud Plaza
Maksoud Plaza
Ademais, a HM Hotéis alega que não só o Maksoud como outras empresas do grupo têm dividas herdadas e que agora o momento é de resolver essas pendências por meio de Recuperação Judicial e outros meios legais.

Inaugurado em 1979, o Maksoud Plaza foi o primeiro hotel cinco estrelas de São Paulo. O edifício é marcado pelo arrojo arquitetônico, introduzindo inovações como os primeiros atrium lobby e elevadores panorâmicos do País. Em 1981, Frank Sinatra apresentou-se no Salão Nobre do hotel.

Referência absoluta de luxo e sofisticação, o Maksoud Plaza tornou-se o destino certo da realeza, astros da música e celebridades. Hospedou os príncipes Rainier e Albert, de Mônaco, a primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margareth Thatcher, os Rolling Stones, Ray Charles, a atriz francesa Catherine Deneuve e o diretor espanhol Pedro Almodóvar, entre tantos outros.

PANROTAS / Jhonatan Soares
Maksoud Plaza
Maksoud Plaza

Nos anos 1980 e 1990, o 150 Night Club foi uma das casas de espetáculos mais disputadas do Brasil. Músicos como Tom Jobim, Julio Iglesias, Bobby Short, Alberta Hunter, Etta James, Billy Eckstine, Buddy Guy e Dorival Caymmi fizeram shows memoráveis no local. Em 2015, o Frank Bar foi inaugurado e logo entrou na lista dos melhores bares do mundo, segundo a World's 50 Best Bars.

Leia o comunicado da HM Hotéis na íntegra:
Nota à Imprensa
A HM Hotéis, administradora do Maksoud Plaza, e sua controladora, a Hidroservice Engenharia, comunicam que o hotel encerrou suas atividades nesta terça-feira (7/12/2021), após 42 anos de atividades.
A crise sanitária causada pelo Covid-19 teve enorme impacto sobre os setores de hospitalidade. O Maksoud Plaza ficou fechado pela primeira vez em sua história entre março e setembro de 2020. Isso causou prejuízos que superam R$ 20 milhões.

Mesmo após a reabertura, o hotel e todo o setor que depende do turismo de negócios vêm sofrendo com as baixas taxas de ocupação e redução do número de eventos. A expectativa do mercado indica que esse segmento só terá recuperação após 2023.

O fechamento do hotel se dá em momento oportuno, dada a necessidade de reestruturação financeira do grupo ao qual pertence, afetado por dívidas herdadas de empresas extintas, como a própria Hidroservice Engenharia – que chegou a ser, nos anos 1960 e 1970, a maior empresa de projetos de engenharia para grandes obras de infraestrutura do Brasil.

A HM Hotéis, proprietária do Maksoud Plaza, vinha arcando com os custos deste pesado endividamento herdado das outras empresas. Em setembro de 2020, o grupo ingressou com pedido de recuperação judicial, aprovado pelos credores e homologado pela Justiça.

Com a recuperação judicial (RJ), o grupo conseguiu reduzir e alongar o prazo de pagamento das dívidas, utilizando-se para isso de imóveis que compunham o patrimônio do grupo. As dívidas incluídas na RJ foram reduzidas pela metade e parceladas para pagamento em até 23 anos – com exceção dos créditos trabalhistas, que serão pagos em até 12 meses.
Em paralelo à RJ, o grupo também renegociou outros débitos herdados pela HM Hotéis que não estavam incluídos no processo, como dívidas tributárias, entre outras. Assim, o endividamento fiscal federal total do grupo foi reduzido em mais de 60% e o saldo remanescente parcelado em até 10 anos.

No caso do hotel, o prédio e seu terreno foram arrematados em 2011, em leilão da Justiça do Trabalho, para pagar dívidas trabalhistas do grupo. O leilão, porém, foi suspenso pela Justiça, e agora as partes entraram em acordo para encerrar a disputa judicial.

Apesar do fechamento do Hotel, a HM Hotéis prosseguirá honrando seus compromissos firmados no processo de RJ, assim como arcará com a indenização integral de todos os colaboradores dispensados. Os clientes que tinham reservas futuras no Maksoud Plaza serão reembolsados.

A HM Hotéis prosseguirá no segmento de hospitalidade, utilizando a marca Maksoud Plaza. Em breve, a empresa anunciará novidades sobre esses projetos.

A Hidroservice Engenharia, a HM Hotéis e o Maksoud Plaza agradecem aos colaboradores, parceiros, fornecedores e, em especial, aos mais de 3 milhões de hóspedes que ajudaram a construir a história do hotel e da cidade de São Paulo.


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