Rodrigo Vieira   |   01/09/2023 16:44

Seguro viagem: especialistas derrubam principais mitos; confira

Conscientização do consumidor brasileiro em viajar protegido aumentou, por isso é importante desmistificar


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Elias Reck, Nícolas Remião e Leonardo Bello, da Eu Viajo Seguro
Elias Reck, Nícolas Remião e Leonardo Bello, da Eu Viajo Seguro

A conscientização do consumidor brasileiro em viajar protegido aumentou. Muitos viajantes já compreendem a importância de embarcar com seu voucher como um anteparo a eventos inesperados em suas férias. No entanto, as empresas de seguro viagem e os próprios agentes que vendem o produto ainda enfrentam o desafio da incompreensão dos clientes a respeito deste tema.

Várias são as dúvidas sobre seguro viagem e, para esclarecê-las, convidamos profissionais do setor a atuarem como caçadores de mitos. À Revista PANROTAS, eles falam sobre equívocos comuns do viajante brasileiro. Tudo isso em busca de iluminar a verdade por trás dos mitos que muitas vezes podem nos deixar vulneráveis quando estamos longe de casa.

Mito número 1: Se o seguro viagem não é obrigatório no destino, não é necessário adquiri-lo

Há muitos países onde o seguro viagem não é obrigatório para visitantes internacionais, mas ainda assim têm um sistema de saúde público precário e/ou um preço salgado nas clínicas particulares. Seguro viagem não deve ser tratado como um documento para poder cruzar uma fronteira, e sim como algo para proteger e tranquilizar o assegurado.

“Recentemente, houve o caso de uma turista gaúcha que foi a Mendoza, na Argentina, onde o seguro viagem não é obrigatório. Devido a complicações de saúde no meio da viagem, ela, que não havia contratado seguro, precisou apelar para a família fazer uma vaquinha e custear os arranjos necessários de uma repatriação médica. Já testemunhamos casos similares no Chile e em outros países sul-americanos em que não exigem seguro nas fronteiras. Além disso, sempre reforçamos que seguro viagem tem uma série de outros benefícios que não estão ligados à saúde”, explica Leonardo Bello, da Eu Viajo Seguro.

Mito número 2: Seguro se compra para não usar

Esse é um dos principais mitos, na visão de Ventura, da Terrawind Global Protection. O executivo esclarece: “claro que ninguém quer acionar o seguro em um momento de lazer, mas ao contratar a proteção o consumidor já vai para as suas férias com paz de espírito, o que é algo inestimável”.

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Edson Ventura, da Terrawind Global Protection
Edson Ventura, da Terrawind Global Protection

“Um agente de segurança que veste colete à prova de balas e faz uma ronda sem disparos, usou aquele item mesmo assim. Quem compra um seguro está adquirindo tranquilidade. O mesmo pode-se dizer para seguro de carro: quem o tem e passa o ano inteiro sem nenhum acidente, sem ser roubado, pagou pela tranquilidade de saber que haveria suporte caso acontecesse”, aponta Ventura.

Mito número 3: Seguro viagem pode ser o último item a ser contratado no pacote

O mito anterior nos leva a uma verdade: quanto antes o seguro viagem for adquirido, maior a proteção tida pelo cliente. Isso porque a maioria das boas apólices disponíveis no mercado oferece proteção para cancelamento de viagem.

“Assim que contrata o seguro viagem, o cliente está protegido contra os cancelamentos, que podem ir de visto negado a divórcio, de seguro pet a demissão no trabalho, de problema de saúde a perda de um parente”, explica Ventura. “O início de vigência é logo na data de contratação.”

Segundo Luciano Bonfim, da Vital Card, a pandemia de covid-19 mudou esse hábito do viajante brasileiro. "Esse mito vem caindo no País. Há um número crescente de agentes de viagens que nos relatam que seus clientes já chegam pedindo o seguro viagem no primeiro momento da compra, por essas questões de cancelamento. É possível emitir na hora, mas não é o ideal", afirma Bonfim.

Mito número 4: Seguro viagem só serve para despesas médicas

Esse é um dos maiores mitos. Falar isso é reduzir um produto que tem dezenas de benefícios a um único fator, que sim, é o principal, mas está longe de ser o único. De fato, o turista pode sofrer um acidente ou passar mal durante a viagem, mas ele também pode chegar ao destino e sua mala não estar na esteira, pode bater o carro e ser culpado juridicamente por isso, pode receber uma má notícia de casa e ter de voltar de uma hora para outra.

“Até mesmo se está viajando com o pet e o bichinho passar mal, há seguros, como o Terrawind Global Protection, que cobre este tipo de situação”, aponta Ventura.

Luciano Bonfim ainda complementa que, quando o cliente descobre que sua seguradora está preocupada não só com sua saúde, mas também com essas situações, ele é bem mais propenso à contratação. “O agente de viagens precisa explicar todos esses benefícios. Muita gente ainda não sabe da abrangência do seguro viagem", explica o especialista.

Mito número 5: Comprar e acionar seguro viagem é complicado

Mais um mito. Diferentemente de outros seguros, que só podem ser comprados via corretoras, no Turismo existe uma legião de agentes de viagens aptos a vender proteção em poucos minutos a seus passageiros.

“É uma das apólices mais simples, na verdade”, afirma Leonardo Bello, da Eu Viajo Seguro. “Basta ter consultoria adequada, conhecimento do produto para passar ao viajante e uma plataforma que facilite essa contratação. Na Eu Viajo Seguro é possível comparar os diferentes seguros, o que facilita a análise. A tecnologia está cada vez mais disponível e avançada para mostrar os diferenciais de cada voucher. Contratar o seguro é bem simples.”

Não só contratar, mas utilizar também. Muitos dos seguros viagem contam com assistência 24/7 aos passageiros e o acionamento pode ser feito via WhatsApp, em português, ou aplicativo. Centrais de atendimento estão prontas para orientar o viajante em várias ocasiões.

Mito número 6: Despesas médicas no exterior são mais baratas que no Brasil

Uma consulta nos Emirados Árabes custa em torno de US$ 3,3 mil; Tratar de uma pedra no rim no México, US$ 3,8 mil; Em Orlando, uma dor abdominal pode custar US$ 6 mil com a tomografia; Também nos Estados Unidos, uma queda com fratura ultrapassar os US$ 50 mil para ser tratada; Em Portugal, US$ 8,3 mil têm de ser desembolsados por uma pancreatite, e por aí vai. Os valores foram apontados por Luciano Bonfim, da Vital Card. O custo de um seguro viagem não passa de 5% do valor total de um pacote para o Exterior. Ficar coberto por um voucher de pelo menos US$ 60 mil em despesas médicas-hospitalares durante uma semana nos Estados Unidos, por exemplo, custa R$ 270.

PANROTAS / Emerson Souza
Lucinao Bonfim, da Vital Card
Lucinao Bonfim, da Vital Card

"Muita gente enxerga o seguro viagem como custo, mas o ideal é que o agente de viagens o apresente como investimento. Suas coberturas podem ir de 30 mil a 200 mil dólares ou euros, são abrangentes e evitam surpresas indesejadas", afirma Leonardo Bello

Mito número 7: O seguro do cartão de crédito é igual ou melhor ao seguro viagem

Embora alguns cartões de crédito ofereçam seguro viagem como benefício, é importante reconhecer que essas proteções frequentemente apresentam limitações de cobertura e podem não atender às necessidades individuais de cada viagem. Já os seguros viagem independentes são personalizáveis, permitindo aos viajantes escolher coberturas específicas para atender às exigências do destino, duração e atividades planejadas.

Além disso, os seguros viagem tradicionais costumam oferecer cobertura mais abrangente para situações como cancelamento de viagem, extravio de bagagem e atrasos de voo, enquanto os seguros de cartão de crédito tendem a ser mais limitados nessas áreas.

Há cartões de crédito que colocam como benefício o seguro viagem, mas o valor incluído geralmente é muito pequeno, coisa irrisória e pouco abrangente. Ademais, para que o viajante tenha direito a utilizar esse benefício, muitas vezes ele tem de comprar a passagem com aquele próprio cartão de crédito. E não se pode confundir: tem cartões de crédito que hoje fazem parceria com as seguradoras tradicionais, o que é bem diferente daqueles seguros embutidos. Nesse caso, as bandeiras se tornam apenas uma plataforma para a contratação de um seguro bem mais adequado”, afirma Ventura.

A dica para o agente de viagens é fazer o cliente se perguntar sobre a assistência e o suporte oferecidos pelo cartão de crédito. “Pergunte a ele onde está o telefone para falar diretamente com a central. Isso porque geralmente esse cliente tem um processo bem mais complicado nesses seguros que não são específicos para viagens", complementa Ventura.

Luciano Bonfim concorda e acrescenta que “os seguros especializados em viagem, como os da Vital Card, são pensados, preparados, comercializados de maneira específica no viajante. Não são um acessório, e sim uma ferramenta poderosa para evitar problemas.”

Mito número 8: Viagens domésticas não necessitam de seguro viagem

Embora seja frequentemente associado a viagens para o Exterior devido às possíveis complicações relacionadas à saúde e logística em outros países, o seguro viagem também pode ser valioso para viagens domésticas. Mesmo dentro do seu próprio país, o viajante pode enfrentar problemas como cancelamentos de viagem, atrasos de voo, doenças súbitas, acidentes e perda de bagagem.

O brasileiro ainda precisa de mais orientação, mas de modo geral ele tem notado que até dentro do Brasil é importante viajar protegido, pois adversidades acontecem, principalmente quando não é despesa médica, mas extravio de bagagem, por exemplo. O viajante corporativo é o que mais tem recorrido às proteções domésticas, mas elas servem também para não frustrar férias e escapadas de famílias a lazer. Vale o agente de viagens alertar seus clientes sobre a abrangência do plano de saúde, pois muitos são regionais e restritos", ressalta Luciano Bonfim.

Esta matéria faz parte da Revista PANROTAS especial Seguro Viagem, em circulação nesta semana. Confira a edição digital completa abaixo:


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