Rodrigo Vieira   |   16/12/2022 12:52
Atualizada em 16/12/2022 12:53

Ex-funcionários da High Light relatam falta de pagamento

Queixas também pairam sobre a Outsider, empresa que adquiriu a High Light neste ano


PANROTAS / Filip Calixto
Fernando Sampaio é o presidente da Outsider Holding
Fernando Sampaio é o presidente da Outsider Holding

Ex-funcionários da High Light enviaram ontem (15) uma carta ao Portal PANROTAS se queixando de inadimplência da Outsider Holding, que no meio do ano adquiriu a tradicional consolidadora carioca.

Profissionais que já vestiram a camisa da High Light não só no Rio de Janeiro, como também em São Paulo, Londrina (PR), Vitória e Recife reclamam falta de pagamento de rescisões trabalhistas que, segundo eles, estão "meses em aberto".

Eles também se queixam da maneira com que foram comunicados sobre o desligamento, da omissão da antiga diretoria da High Light e posteriormente dos novos donos.

Também ontem (15) agentes de viagens e fornecedores enviaram ao Portal PANROTAS reclamações sobre falta de atendimento da Outsider/High Light em assuntos referentes a pagamentos e reembolsos.

O Portal PANROTAS entrou em contato com a assessoria da Outsider/High Light e, tão logo a reportagem obtenha um posicionamento, o mesmo será acrescentado na nota.

Leia a seguir, na íntegra, a carta dos ex-colaboradores da High Light
Nós, ex-funcionários da High Light Viagens Turismo, consolidadora com sede na cidade do Rio de Janeiro, vimos pela presente relatar a falta de pagamento de nossas rescisões trabalhistas, que se encontram há meses em aberto.

A empresa ficou inadimplente com o BSP em março deste ano e após a situação ficar insustentável funcionários começaram a ser desligados e alguns pediram demissão.

Todos os desligamentos ocorreram de forma não presencial, não havendo homologação e nem supervisão do sindicato. Tudo foi acordado em dez parcelas que incluiriam férias vencidas e o 13º salário que não havia sido pago ainda, e para os que foram demitidos, as multas cabíveis conforme as leis trabalhistas.

As parcelas começaram a serem pagas em março, porém, após a segunda parcela em abril nada mais foi pago, procuramos a diretoria que mais uma vez de forma omissa recusava em responder e-mails, aliás a diretoria foi omissa durante todo o período de crise vivida, desde o início da pandemia, cabendo aos funcionários a receber e contornar a situação das agências que não recebiam seus reembolsos, muitas até hoje sem receber.

Em julho, foi anunciado pelas mídias ligadas ao setor, inclusive pelo Panrotas, a compra da High Light pela empresa Outsider Tours.

A promessa foi que todas as pendências da High Light seriam sanadas, inclusive as dívidas trabalhistas.

A Outsider manteve em seu quadro de funcionários dois ex-diretores, são eles André Fulop e Wania Fasulo, essa última já desligada da empresa. Conforme informado por eles, eles monitorariam a Outsider para o pagamento pendente dos ex-colaboradores da High Light.

O planejamento deles era pagar primeiro os reembolsos das agências de viagens, conforme raciocínio deles , isso daria nova credibilidade da empresa ao mercado e geraria vendas, o que poderia gerar caixa para o restante das dívidas. Esse planejamento já contraria as leis trabalhistas, onde as dívidas a serem pagas devem ser primeiramente aos ex-funcionários.

As cobranças aos novos sócios e também aos ex-sócios continuaram por nossa parte, mas logicamente sem sucesso, alguns chegaram a ir na sede da outsider mas nada foi resolvido, apenas promessas que nunca se concretizaram.

O grupo High Light possui ex-funcionários que estão nessa situação em várias bases, como São Paulo, Londrina, Vitória e Recife tendo alguns passando por extrema necessidade. Alguns abriram processo na justiça, porém também NÃO conseguem receber o que foi acordado em juízo com causa ganha!

A situação se agravou com a confusão gerada pela Outsider no jogo da Libertadores Flamengo x Atlético-PR, realizado no Equador. Após esse episódio, vários funcionários receberam ligação do RH da empresa informando que por ora não haveria condições de nos pagar.

Os funcionários da Outsider começaram a ser demitidos da empresa e novas dívidas com outras consolidadoras e fornecedores começaram a aparecer, inclusive voltaram a dever o BSP novamente, desta vez ligado ao IATA da High Light Serviços, o único que ainda estava com crédito.

Nesta situação toda o que fica é a incerteza de quem é a Outsider, empresa que aparece na mídia informando escritório novo em São Paulo, ações publicitárias , patrocínios, mas que na única verdade é na falta de comprometimento com seus clientes e acordos feitos.

Fica também a indignação com os ex-sócios da High Light, Andras Fulop, Magda Medeiros e Wania Fasulo, que abandonaram o barco deixando seus ex-colaboradores, alguns com mais de 20 anos de casa, a deriva. Todos receberam seus valores da compra do grupo e estão calados, como ficaram durante todo o tempo da crise vivida.

Fica a descrença de um sindicato que vendo tudo isso da janela, amplamente alertado pela mídia, não age na forma para o que é designado.

Nós ex-funcionários da High Light agradecemos a oportunidade desse desabafo e o canal para que nossa única reivindicação, que é receber o que temos direito, seja cumprido !!


Rio de Janeiro, 15/12/2022

Ex- Funcionários High Light RIO
Ex- Funcionários High Light SAO
Ex- Funcionários High Light LDB
Ex- Funcionários High Light VIX
Ex- Funcionários High Light REC

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