Beatriz Contelli   |   25/08/2021 12:17

Agências de Turismo projetam recuperação de faturamento ainda este ano

O emprego de profissionais qualificados e maior preparo dos empresários na gestão fazem a diferença

PANROTAS / Emerson Souza
Para Madga Nassar, os associados da entidade foram os que mais demonstraram otimismo
Para Madga Nassar, os associados da entidade foram os que mais demonstraram otimismo
Realizada entre junho e julho deste ano pelo Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional), a segunda edição da pesquisa "Desafios das Agências de Turismo" representou 192 mil pequenos negócios, entre agências de Turismo, operadores, e empresas de transporte rodoviário, aquaviário e de agenciamento marítimo, em que a maioria dos empresários prevê um aumento de faturamento superior a 50%, contra apenas 14% que vislumbram queda, mantendo também expectativa de crescimento em novas contratações até dezembro de 2021.
Divulgação/Abav

Dentro do universo da pesquisa, os resultados do recorte referente às associadas à Abav – cerca de 2,2 mil em todo o Brasil, entre agências de viagens, operadoras de Turismo e consolidadoras – revelaram que o emprego de profissionais qualificados e maior preparo dos empresários na gestão dos negócios estão fazendo a diferença na travessia da crise.

Na avaliação da presidente da entidade, Magda Nassar, os indicativos desta segunda edição do levantamento corroboram os diferenciais identificados na anterior. "Tivemos entre nossos associados o maior número de respondentes, o que demonstra engajamento com nossas ações e total entendimento sobre a importância dessa atualização de dados. Eles estão no grupo que revelou mais otimismo e poder de superação dos percalços, e isso os coloca um passo adiante no caminho da retomada."

Na distribuição da prateleira dos associados Abav, cinco produtos lideram a oferta - hospedagem em hotéis ou pousadas, pacotes com aéreo, bilhetes aéreos nacionais, seguro viagem e bilhetes aéreos internacionais. Entre os segmentos mais demandados estão sol e praia, cultural/histórico, natureza/ecoturismo, negócios e as viagens de luxo, com predominância para pacotes de lua de mel, ski e neve o que indica também valor mais alto do ticket médio. Nove em cada dez empresários apostam no crescimento das vendas on-line, embora apenas 36% deles tenham registrado mais de 50% de faturamento pelos canais digitais.

Ainda no grupo de associados Abav predominaram empresas com mais de dez anos de atuação e que têm à frente da gestão profissionais entre 36 e 65 anos, com alto grau de instrução, na maioria mulheres, revelando potencial do segmento para o empreendedorismo feminino.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, os donos das agências de Turismo têm um perfil diferenciado, o que pode ter influenciado positivamente no enfrentamento da pandemia. “Há mais microempresas do que microempreendedores individuais, a escolaridade e a média de idade são mais altas e eles estão há mais tempo nesse negócio, o que faz com que eles trabalhem mais em busca de alternativas e inovações que aumentam a resiliência a crises e o faturamento do negócio”, comenta.

Na indicação dos desafios, os respondentes não divergem ao apontar o aumento no volume de vendas, a organização das finanças, e as incertezas em relação à abertura das fronteiras internacionais, e ao perfil do consumidor pós-pandemia. Entre as ações de enfrentamento, apontam ser essencial a manutenção de medidas governamentais, como a redução das taxas e impostos, e a extensão das linhas de crédito. Já no grupo de associados Abav é unânime a expectativa pela redução da alíquota do IRRF sobre remessas internacionais e a aprovação do PL 908 pela justa proporcionalidade da responsabilidade solidária das agências de viagens, dois pleitos que a entidade encampa diretamente em Brasília.

A pesquisa envolveu amostra composta por 41% de microempresas, 29% de MEI e 21% de pequenas empresas. Entre as agências de Turismo, 55% afirmaram trabalhar majoritariamente com emissivo.

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