Beatriz Contelli   |   12/08/2021 15:47

Perdas do Turismo recuam pelo 3º mês consecutivo, aponta CNC

O volume de receitas ainda se encontra 22,8% abaixo do registrado em fevereiro de 2020


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Entre os dados, o setor segue registrando retração no Caged
Entre os dados, o setor segue registrando retração no Caged
As perdas do Turismo recuaram pelo terceiro mês consecutivo e tendem a se reduzir à medida que o processo de vacinação se amplie, mas a recuperação do setor deve ocorrer de forma mais lenta. O volume de receitas dessas atividades ainda se encontra 22,8% abaixo do registrado em fevereiro de 2020. Em junho deste ano, o setor perdeu R$ 19 bilhões, acumulando, desde o início da crise sanitária, um total de R$ 395,6 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“A expectativa para os próximos meses segue favorável, na medida em que o desconfinamento da população fique mais evidente e a recuperação econômica da segunda metade do ano comece a ser capturada pela pesquisa. Seja no segmento de serviços ou específico do Turismo, essa pode se apresentar como a maior taxa de crescimento da série histórica”, aponta o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes. A entidade projeta avanço de 18,2% no volume de receitas do segmento do Turismo para 2021, revisando para cima o percentual anterior, de 17,8%.

As baixas ainda sentidas pelo setor, porém, se fazem presentes também no mercado de trabalho. Nos 12 meses encerrados em junho, apenas o Turismo segue como conjunto de atividades a registrar retração no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com -1,1%, ou saldo negativo de -30,9 mil ocupações. As atividades mais afetadas são de transporte rodoviário (-62,6 mil postos) e aéreo (-8,2 mil).

SOBE PARA 5,8 PROJEÇÃO DOS SERVIÇOS PARA 2021
Com a recuperação do setor de serviços, a CNC aumentou de 5,1% para 5,8% a expectativa de crescimento do volume de receitas do segmento em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de junho, divulgada hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Confirmada a previsão, será a maior taxa de crescimento do setor desde o início da pesquisa (2011), mas ainda insuficiente para compensar as perdas do ano passado.

A PMS mostra que o volume de receitas do setor de serviços teve crescimento mensal de 1,7% em junho, já descontados os efeitos sazonais. Com este avanço, o setor atingiu o maior índice mensal de receitas desde maio de 2016. “O avanço da vacinação no País, permitindo a flexibilização das medidas restritivas, foi o principal determinante para que o setor conseguisse apresentar crescimento e voltasse a recuperar sua atividade econômica”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

O setor de serviços foi o último a se recuperar da recessão de 2015 e 2016 e o mais atingido pela crise sanitária atual. Os cinco grupos de atividade revelaram avanços em junho, destacando-se os serviços de informação e comunicação (+2,5%), que alcançaram naquele mês o maior volume de receitas dessa pesquisa. Em seguida, sobressaíram as taxas de variações nos segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (+1,7%) e nos serviços prestados às famílias (+8,1%).

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