Bruno Hazov   |   23/06/2023 14:33

CNC: Reforma Tributária pode afetar negativamente comércio e serviços

Aumento de impostos no setor de serviços poderá ser superior a 170%


Divulgação
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está em campanha para alterar partes da reforma tributária que afetam negativamente setor de serviços e comércio
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está em campanha para alterar partes da reforma tributária que afetam negativamente setor de serviços e comércio

Um estudo recente realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária pode ameaçar o emprego de 3,8 milhões de pessoas no setor de serviços. O aumento de impostos no setor poderá ser superior a 170%.

Segundo o estudo, divulgado nesta sexta-feira (23), os cinco segmentos mais impactados por aumento da carga tributária no setor de serviços, serão os das seguintes atividades:

  • atividades recreativas e culturais (171%);
  • serviços pessoais (160%);
  • seleção, agenciamento e locação de mão de obra (157%);
  • serviços de alojamento (153%);
  • e serviços para edifícios e atividades paisagísticas (145%).

Já no setor de comércio também haverá grande impacto tributário, sendo os mais atingidos os do varejo e atacado de calçados (41,2% e 37,3%, respectivamente); atacado de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico (32,2%); varejo de vestuário (31,8%); e varejo de tecidos (31,4%).

A CNC revelou ainda que, somente no setor de serviços, o impacto pode chegar a 260% na carga tributária, causando elevação de mais de R$ 200 bilhões no recolhimento de impostos pelo setor terciário, ameaçando cerca de 3,8 milhões de postos de trabalho.

O presidente da CNC, José Roberto Trados, ressaltou que a reforma tributária é necessária, porém não pode penalizar o setor de serviços, que foi o que mais avançou na recuperação da economia no período pós-pandemia, lembrando que, entre 2002 e 2021, sua participação na força de trabalho formal avançou de 35% para 59%.

“O Brasil precisa, neste momento, da sensibilidade e empatia dos deputados e senadores para com esse setor, que vem absorvendo trabalhadores que perderam seus empregos por conta da automação da indústria e da agropecuária ao longo das duas últimas décadas”

José Roberto Trados, presidente da CNC

Os resultados do estudo realizado pela CNC podem ser acessados aqui. A PEC da reforma tributária, apresentada no último dia 22 pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ainda está sendo discutida e aguarda aprovação pelo Congresso Nacional.

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