Karina Cedeño   |   18/11/2022 16:04

Pesquisa revela que 27% dos viajantes brasileiros valorizam preço baixo

O dado faz parte da pesquisa Traveler Value Index 2023, da Expedia


Divulgação
Carrie Wilder, da Expedia, apresentou em primeira mão dados da pesquisa Traveler Value Index 2023
Carrie Wilder, da Expedia, apresentou em primeira mão dados da pesquisa Traveler Value Index 2023
Durante a 9º HSMAI Strategy Conference, realizada na última quinta-feira (10) pela HSMAI, a diretora sênior de Marketing da Expedia para a América do Sul, Carrie Wilder, apresentou em primeira mão dados da pesquisa Traveler Value Index 2023.

Para a composição do estudo, foram considerados 11 mercados e 11 mil viajantes entrevistados. Pela primeira vez, a análise contou com a participação de viajantes e profissionais da Indústria do Turismo, desde hotéis, revenues de companhias aéreas e programas de fidelidade, que mantiveram o setor funcionando no período pandêmico.

A pesquisa da Expedia, que representa a medida do que os consumidores brasileiros procuram quando reservam uma viagem, analisou sete fatores importantes para os viajantes. São eles:

27% - Preço baixo;
20% - Métodos de limpeza/desinfecção aprimorados e frequentes;
13% - Benefícios e upgrades;
12% - Políticas amigas da natureza;
10% - Possibilidade de reembolso total em reservas canceladas;
9% - Flexibilidade para alterações sem cobranças;
8% - Experiência sem contato durante toda a viagem.

Em comparação com 2021, a limpeza caiu no ranking, enquanto a importância de reembolso segue em segundo lugar, com 20% do total. A possibilidade de alterar as reservas sem multas ou ter flexibilidade para isso ficou mais evidente em outro momento da pesquisa, em que 47% dos consumidores afirmaram que nunca iriam reservar uma hospedagem não reembolsável.

Embora a maioria das pessoas do setor (82%) considere que os consumidores estavam entendendo as limitações da equipe e do serviço, é provável que a fidelidade do cliente tenha sido afetada.
Por outro lado, 46% dos viajantes concordam que viajar é mais importante agora do que antes da pandemia. E 43% estão aumentando seu orçamento de viagens mundialmente, contra os 31% de 2022. Para os brasileiros, esse número é ainda maior, com 60% dos entrevistados afirmando a importância das viagens.

Os brasileiros também estão mais propensos a viajar a lazer, com 89% se planejando nos próximos 12 meses, comparado com os 7% globalmente.


“Precisamos saber o máximo possível sobre os viajantes, como seu mercado e as mudanças da indústria que impactam seus negócios”, destaca Carrie.


Viagens Corporativas a todo vapor

As viagens a negócios cresceram aceleradamente nos últimos seis meses. No início de 2022, a maioria dos entrevistados afirmou que não estava planejando qualquer viagem corporativa. Atualmente, a realidade indica que uma em cada três pessoas – e dessas, muitas (85%) - está ansiosa para a próxima viagem corporativa.

Durante a apresentação do estudo, Carrie destacou cinco dicas para os hoteleiros e profissionais do segmento de viagens. São elas:

1- Mantenha tarifas reembolsáveis e políticas flexíveis;
2- Defina expectativas realistas com os viajantes e tenha expectativas realistas para sua equipe;
3- Seja cuidadoso com descontos e benefícios;
4- Aproveite e mostre os valores da sua marca;
5- Avalie os feedbacks dos consumidores para entender como eles percebem a experiência.

Já a análise político-econômica do evento ficou por conta do economista-chefe do Banco Alfa, de Luís Otávio Leal, que levou ao público previsões sobre o cenário econômico futuro, considerando perspectivas internacionais e o contexto do Brasil após as eleições definidas.

O economista começou apontando três temas internacionais:

China: pode dar “dor de cabeça” ao mundo no curto prazo, com a política de tolerância zero com a Covid-19, no médio prazo, em função da baixa no setor imobiliário chinês, e no longo prazo, em função do conflito com Taiwan. Em resumo, a China não deverá ser a locomotiva do mundo como nos últimos anos. “Fiquem de olho na Índia”, ressalta Leal.

Guerra na Ucrânia: a questão energética ainda preocupa a Europa, e a inflação no continente chegará a 10,7% em dezembro de 2022, em uma alta surpreendente.

Política monetária dos Estados Unidos: é quase impossível o país não entrar em recessão, e seu mercado financeiro com certeza será abalado. Mesmo assim, a bolsa brasileira seguirá desconectada da americana, com o dólar não chegando mais aos índices de 2021, e crescimento do PIB de 0,80% em 2023.

No que se refere às projeções do FMI, por meio da análise World Economic Outlook, o crescimento mundial previsto é de 2,7%, com 3,2% para final de 2022. E mesmo com a previsão de crescimento, Leal lembrou que o Brasil “não é para principiantes”, e reforçou que a Política Fiscal do governo será vital para esses resultados. Mudanças do novo governo na Reforma Tributária e a questão do teto de gastos podem alterar o processo.

A 9º HSMAI Strategy Conference reuniu 130 profissionais e executivos do setor de hospitalidade e Turismo no hotel Hilton São Paulo Morumbi (SP).

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