Beatrice Teizen   |   27/04/2021 14:10

Tecnologia e integração do setor ajudarão na recuperação das viagens

Tema foi debatido em painel da Amadeus, com a Iata, Abracorp, Abear e Secretaria Aviação Civil do Brasil

Com as viagens e o setor de Turismo sendo as principais vítimas econômicas da pandemia de covid-19, um novo ecossistema integrado de deslocamentos seguros, projetado para reconquistar a confiança do viajante e reconstruir a indústria, é fundamental. E a tecnologia tem grande participação nessa transformação do mercado. Este foi o tema do painel realizado hoje (27) pela Amadeus, em conjunto com a Iata, Abracorp, Abear e Secretaria Aviação Civil do Brasil.

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Gustavo Murad, da Amadeus, Filipe Reis, da Iata, Gervasio Tanabe, da Abracorp, e Decius Valmorbida, da Amadeus, durante painel
Gustavo Murad, da Amadeus, Filipe Reis, da Iata, Gervasio Tanabe, da Abracorp, e Decius Valmorbida, da Amadeus, durante painel
“Além de ter causados impactos enormes no setor, a crise está colocando todo o conhecimento histórico em questão. Um dos grandes desafios das empresas aéreas vem sendo o planejamento, que antes era baseado em reservas e dados históricos e, agora, mudou completamente. Fechamos 2020 com um prejuízo, como indústria global, de US$ 126 bilhões e, para esse ano, a projeção é de US$ 41 bilhões negativos. Mas a boa notícia é que somos resilientes e temos expectativa que daqui um tempo vamos nos recuperar”, pontua o diretor regional da Iata para Américas, Filipe Reis.

O Brasil conta, no momento, com uma malha aérea de 36% do pré-pandemia, mas, segundo o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, pode-se esperar um resultado positivo no último trimestre desse ano, por conta da vacinação em massa, que precisa chegar em pelo menos 100 milhões de pessoas para trazer segurança e conforto aos viajantes. Outro ponto é o impacto que isso terá no avanço da economia. Com a recuperação de atividade em diversos segmentos, o retorno da demanda causará uma diminuição no corporativo puro, principalmente por conta da virtualização de possibilidades.

“A recomposição do lazer se dará pelo tradicional, que já conhecemos, e também pelo novo tipo de viagem que é poder ir com a família para um lugar e trabalhar remotamente de lá. É um cenário ainda difícil, de resiliência, mas entendemos que, com a vacinação e todos os outros dados que já conhecemos, estamos no caminho que aponta para uma recuperação para o final do ano”, afirma.

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Paulo Henrique Possas, da Secretaria Aviação Civil do Brasil, e Eduardo Sanovicz, da Abear
Paulo Henrique Possas, da Secretaria Aviação Civil do Brasil, e Eduardo Sanovicz, da Abear
CORPORATIVO NÃO VAI ACABAR
É fato que alguns tipos de viagens corporativas serão impactados, como as viagens curtas, treinamentos ou pequenas reuniões. Mas, quando se fala de pessoas, é preciso entender que empresas são geridas por seres humanos e que negócios acontecem por meio de relacionamentos.

“Os recursos virtuais estão influenciando na decisão de viagens, mas, os deslocamentos mais longos, por exemplo, não vão acabar. Na nossa percepção como Abracorp, o único aspecto que a digitalização pode influir é na parte de treinamento. Agora, os eventos corporativos, como feiras, convenções e congressos, estes voltarão em um segundo momento. E, para que isso aconteça, a vacina é fundamental. Neste ponto entra a questão: como comprovar a vacinação? Apresentando um documento? A tecnologia será fundamental para ajudar neste sentido, inclusive na distribuição de processos. Relacionamentos são cruciais e os protocolos garantem que eles possam acontecer”, explica o presidente executivo da entidade, Gervasio Tanabe.

DIGITALIZAÇÃO E COLABORAÇÃO

Para que a recuperação aconteça, é necessário que alguns desafios sejam enfrentados. O de curto prazo é conseguir que os países emitam os passaportes de saúde em formato digital, criando um documento que possa ser capturado por todas as companhias aéreas. O de médio prazo é caminhar para um ambiente cada vez mais touchless. Um cenário sem contato é o caminho para a indústria. E, por fim, a biometria.

“Os recursos biométricos serão a grande chave para a indústria do Turismo. Todo o setor está trabalhando para isso, adiantando uma série de projetos, lançando soluções. A biometria permitirá mudar o jogo completamente”, diz Filipe Reis.

Além disso, é necessário que todo o mercado colabore, em conjunto e integrado, para que o viajante volte a viajar, se sinta seguro e confiante em relação à nova realidade de viagens, causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Processos de tecnologia, como inteligência artificial, nuvem e digitalização, aceleram e facilitam essa colaboração. Nós, provedores de tecnologia para a indústria, investimos dinheiro, trazemos o software, sabendo que isso tudo nos ajudará a servir melhor o cliente, entregando uma experiência aprimorada ao usuário. Como indústria precisamos fornecer essa integração. Exigir não só investimento de cada ator, mas também a possibilidade de integrar tudo isso e fazer com que as informações sigam um fluxo. Por meio da colaboração de todos nós vamos conseguir trazer o crescimento do setor e a indústria de volta ao patamar que tinha e merece”, finaliza o presidente de Travel da Amadeus, Decius Valmorbida.

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