Renê Castro   |   26/09/2014 15:05

Mercado apoia NDC, mas ainda considera “sonho” da Iata

Na presença de representantes de consolidadoras e agências corporativas, o gerente de Soluções para Aviação da Iata, Jefferson Simões, teve a difícil missão de apresentar a New Distribution Capacity (NDC) como o novo padrão de desenvolvimento e divulgação de informações de tarifas para o mercado.

Na presença de representantes de consolidadoras e agências corporativas, o gerente de Soluções para Aviação da Iata, Jefferson Simões, teve a difícil missão de apresentar a New Distribution Capacity (NDC) como o novo padrão de desenvolvimento e divulgação de informações de tarifas para o mercado. O encontro ocorreu há pouco, na Vila do Saber da Abav 2014, em São Paulo.

Após explicar todos os diferenciais do conceito, e informar que pilotos já foram entregues a cinco aéreas estrangeiras, Simões abriu debate com Cássio Oliveira (Rextur Advance), Luiz Vargas (Travelport) e Alexandre Arruda (Argo IT) sobre esta possível nova realidade do setor. Em todas as declarações ficou claro o apoio à ideia, mas dúvidas sobre o sucesso da empreitada foram inevitáveis, ainda mais se tratando de uma indústria tão complexa.

Arruda foi o primeiro a formalizar a preocupação com o projeto. “Hoje temos muito mais perguntas que respostas sobre NDC, mas tudo que vem para padronizar é bem-vindo, claro. De qualquer forma, confesso que estou cético quanto à adesão das companhias aéreas até 2016, como projeta a Iata, ainda mais falando do mercado brasileiro. Vamos continuar trabalhando no paralelo até que isso se torne uma realidade”, explicou ele, que teve a opinião compartilhada pelo vice-presidente de Mercado e Produto da Rextur Advance.

“Não vamos parar de desenvolver, mesmo entendendo que o padrão NDC é uma tendência para o mercado. Quando for uma realidade, faremos as adequações necessárias”, indicou Oliveira.

Já o country manager da Travelport, Luiz Vargas, reconheceu que o trabalho da Iata é complicado junto às aéreas, muito por conta dos interesses comerciais de cada uma delas, mas acredita que é algo possível, desde que a cadeia de produção não seja afetada. “É preciso inserir todos os envolvidos neste projeto o quanto antes, para evitar mal entendidos. Falo, em especial, dos agentes de viagens. Ninguém pode ser excluído do processo de compra por conta do NDC”, considerou.

Quando o microfone foi aberto ao público, Marcos Balsamão (Grupo Alatur), foi um dos que mais argumentaram. Para o dirigente, a Iata quer padronizar um “emaranhado de situações, com companhias aéreas que não estão no GDS e outras não participando como associadas Iata”. O fato do padrão NDC não ser obrigatório complica ainda mais a situação.
“Pelo que eu entendi, estamos falando de mais uma tecnologia que vai se juntar às outras muitas que já somos obrigados a utilizar.”

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