Movida

Rodrigo Vieira   |   05/12/2017 17:03

"Agentes estão acabando; só sobrevivem os conselheiros"

Entenda o que o CEO da Virtuoso, Matthew Upchurch, quer dizer com isso. Especialista pede mais atenção com o pós-venda. 


Rodrigo Vieira
Matthew Upchurch, CEO da Virtuoso
Matthew Upchurch, CEO da Virtuoso

CANNES (FRANÇA) - A profissão de agente de viagens vai acabar. Está bem próxima disso. Em alguns lugares, aliás, já foi extinta. Mas calma, antes que você enlouqueça, entenda o que o CEO da Virtuoso, Matthew Upchurch, quer dizer com isso. Para o guru das viagens de luxo no mundo, a categoria de profissionais que reservam passagens e hotéis é a que beira o apocalipse. Por outro lado, aqueles que orientam, sintetizam todos os ingredientes preferidos de seus passageiros conforme cada perfil, não só sobrevivem como crescem exponencialmente.

"Agentes de viagens estão bem próximo do fim. Sobrevivem apenas os consultores de viagens. Aliás, há muito espaço para consultores no mercado, não só no luxo. Acontece que isso não é para qualquer um", justifica Upchurch em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS durante a ILTM Cannes 2017. Ser um consultor de viagens ao invés de um agente requer, acima de tudo, honestidade. "É ser transparente, e de repente admitir que aquele produto do catálogo de determinado fornecedor não é tão bonito como parece. Ou que não é apropriado para aquele passageiro, independentemente de perder uma venda de maior comissão. Estamos falando aqui de fidelidade, de encontrar um viajante feliz daqui meses, ou anos, voltando, querendo repetir a experiência de comprar com um conselheiro de verdade, indicando seu serviço a amigos e familiares, atribuindo-lhe uma boa avaliação nas redes sociais."

A OTA hoje é o agente de viagens. Bilhetes aéreos são encontrados em qualquer ".com". Conselheiros não. Eles podem até ter poucos, mas têm bons clientes. Os consultores não podem querer o lucro do dia para a noite, até porque comissão de aéreo não deixa mais ninguém rico no mundo real. "O que estamos vendo é que mais e mais dos nossos conselheiros estão trabalhando com passageiros em longo prazo, durante cinco, seis anos... E aí entra algo vital que é o pós-viagem. Encoraje-se de entrar em contato com seu passageiro e perguntar do que ele gostou e principalmente do que não gostou. Essa informação é fundamental para você planejar a próxima jornada dele e de sua família, e orientá-lo para que tudo dê certo no próximo destino", aconselha o CEO do selo de agências de luxo. "Não seja reativo. O tempo hoje é o bem mais valorizado pelo consumidor, e é tão valorizado que você não pode vender commodity, tem de vender o que ele realmente quer."

Para finalizar, Upchurch crava, otimista. "O consultor de viagens se tornou uma das principais profissões do mundo pós-tecnologia. Ele envolve pessoas, ideias, emoções. Conforme os millennials se tornam o principal público consumidor, mais isso será importante, pois essa geração anseia por experiências ao invés de apenas estar lá, prefere as dicas às planilhas."

O Portal PANROTAS é media partner da ILTM Cannes, e viaja com proteção Intermac.



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