Movida

Renato Machado   |   07/02/2018 12:12

CI Intercâmbio adota postura jovem em mercado desafiador

O conceito de juventude não é fixo conforme o tempo, nem preciso de acordo com quem o emprega. Há exatos 30 anos atuante em um mercado intimamente ligado a jovens, a CI Intercâmbio viu seu público crescer tanto quanto expandiu o significado do que é ser jove

Jhonatan Soares
Victor Hugo e Celso Luiz, os sócios-fundadores da CI Intercâmbio
Victor Hugo e Celso Luiz, os sócios-fundadores da CI Intercâmbio
O conceito de juventude não é fixo conforme o tempo, nem preciso de acordo com quem o emprega. Há exatos 30 anos atuante em um mercado intimamente ligado a jovens, a CI Intercâmbio viu seu público crescer tanto quanto expandiu o significado do que é ser jovem. Em entrevista ao Portal PANROTAS, os sócios-fundadores da companhia, Celso Luiz Garcia e Victor Hugo Baseggio, explicam como a CI tem lidado com os novos perfis de consumidores e como, acima de tudo, segue sendo uma empresa jovem em sua essência.

“Quando a gente abriu a CI, quem viajava era o pessoal de high school”, conta Celso Luiz Garcia. “Ao longo dos anos aumentou muito a demanda e hoje a gente tem produtos para crianças a partir de cinco anos de idade. Por outro lado, se a gente diminuiu a idade de entrada, também aumentamos para cima essa faixa”, explica, calculando que 95% do movimento da empresa se concentra na faixa sete a 37 anos.

De acordo com números da performance de 2017 da companhia, o programa com maior crescimento no ano foi o de cursos, com aumento de vendas de 180% em relação ao ano anterior. Categoria esta que, em geral, envolve diferentes perfis de participantes, mais alinhado às constantes mudanças do mercado. “Nós expandimos nas duas pontas, diminuimos a idade de entrada e ampliamos a idade de promoção, de oferta e de produto”, complementa Victor Hugo Baseggio. As categorias Intercâmbio Teen (+60%), Mochilão (+50%) e High School (+40%) são outras que tiveram destaque em 2017.
Jhonatan Soares
Celso Luiz Garcia
Celso Luiz Garcia

No ano, o faturamento da CI Intercâmbio foi de R$ 320 milhões, cifra que representa crescimento de 15% em relação a 2016. A expectativa para este ano é ainda mais otimista, com projeção de superar em 25% os resultados de 2017. Dentre os destinos, Canadá (39%), Estados Unidos (17%) e Reino Unido (16%) foram os mais buscados.

Trintona
Fundada em 1988, a CI Intercâmbio não teve caminho fácil para assumir a posição que possui hoje no mercado. Mas, como reforça Garcia, “chegar à liderança é um desafio, mas o desafio maior é continuar na liderança”. “A gente não quer ser só a maior empresa de intercâmbio, mas a mais importante empresa para o jovem para quando ele pensar em fazer algum tipo de viagem que não seja só lazer”. Para se manter entre os grandes, a palavra repetida como mantra é “inovação”.

“Criamos cinco startups nos últimos cinco anos e esse é um pouco do diferencial da CI ao longo da história”, continua o sócio-fundador. “A gente sempre inovou, a gente nunca se contentou em simplesmente fazer o beaba”, diz ao citar as “startups”, que na prática são empresas focadas em um nicho específico, abrangendo o mercado de formaturas, esportes, graduação, consultoria em vistos e seguros.

As franquias, modelo em que a CI baseou seus negócios ao longo dessa trajetória, seguem em expansão. Atualmente são 130 lojas contratadas (com 125 em atividade) e uma expectativa de crescimento de 39 unidades por ano. Em 2017, o número de franquias cresceu 30%.

Rivais de mercado
A presença no mercado de empresas consolidadas e bem estruturadas exigem da CI Intercâmbio esse viés inovador. Um ano após a compra de uma dessas rivais pela CVC, a Experimento, os executivos falaram sobre como é atuar em um segmento tão altamente nivelado.

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Victor Hugo Baseggio
Victor Hugo Baseggio
“Quando você tem qualquer ameaça de uma empresa como a CVC, a gente tem que ficar preocupado”, fala Celso Garcia sobre as primeiras impressões após o anúncio da aquisição. “Esse é um nicho muito particular, eu diria que nós estivemos mais preocupados do que já estamos. Nesse primeiro ano impactou muito pouco o negócio, a rentabilidade da CVC é muito grande, mas no nosso segmento não dá para comprar por atacado. O conceito de escola não é tão comercial como a gente imagina em outros segmentos.”

Victor Hugo complementa, rasgando elogios à detentora da rival. “A gente sempre respeitou muito, quem não poderia respeitar uma empresa que construiu o que construiu? É muito difícil imaginar que um nicho se torne tão relevante dentro daquele conglomerado, com outros produtos como consolidação ou a própria operação nacional e internacional”, afirma. O sócio-fundador da CI acrescenta que, “mesmo com mais de 200 lojas de intercambio, acho difícil a Experimento ter a relevância que precisa dentro do grupo CVC”.

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