Brunna Castro   |   21/07/2016 11:58

Itamaraty avaliará proposta que amplia isenção de vistos

A proposta que quer estender a isenção de vistos de turismo no Brasil por um ano após o período olímpico foi apresentada ontem (20) para o titular do Ministério das Relações Exteriores (MRE), José Serra, pelo presidente da Embratur, Vin

A proposta que quer estender a isenção de vistos de Turismo no Brasil por um ano após o período olímpico foi apresentada ontem (20) para o titular do Ministério das Relações Exteriores (MRE), José Serra, pelo presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, e pelo deputado Herculano Passos (PSD-SP), presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.

Caso seja aprovada, a proposta será válida para cidadãos americanos, canadenses, japoneses e australianos.

A medida, para a Embratur, é considerada estratégica para manter e aumentar o fluxo turístico de estrangeiros após a Olimpíada e Paralimpíada Rio 2016. O objetivo da entidade, segundo Lummertz é manter o incentivo à viagem após o mundial e gerar divisas para o País. “Além de impulsionar o turismo internacional em direção ao Brasil, pretendemos contribuir para a integração e movimentação da cadeia produtiva turística nacional”, afirmou ele.

O ministro José Serra, que disse ser sensível ao pleito, apontou que o Itamaraty tem atuado no sentido de tornar mais produtivo o processo de visto para o Brasil. “Esse período olímpico funcionará como um termômetro para a medida adotada pelo governo brasileiro. Vamos estudar esta possibilidade de estender a dispensa de visto para os países beneficiados durante a Olimpíada”, disse.

O deputado Herculano Passos destacou a preocupação do setor em levar adiante a projeto sem que haja prejuízo para a segurança nacional. Ele apontou que, em 2015, o País recebeu “apenas 6,3 milhões de estrangeiros, ficando à frente da Argentina por apenas com 500 mil visitantes. Precisamos reverter a situação facilitando a vinda desse público”, concluiu.
Divulgação/Embratur
Reunião com o Ministério das Relações Exteriores aconteceu ontem (20)
A reunião também contou com a participação do diretor de Inteligência Competitiva e Promoção Turística da Embratur, Gilson Lira; do secretário-geral do MRE, Marcos Bezerra Galvão; do subsecretário-geral das comunidades brasileiras no exterior, Carlos Alberto Simas; dos secretários de Turismo Nilo Sergio (Rio de Janeiro) e Nelson Pelegrino (Bahia) e do secretário adjunto de Turismo do Rio de Janeiro, Luís Veloso.

CHINA

Lummertz também abordou na reunião a importância de incluir a China, que é considerado o mercado emissor de turistas mais importante do momento, no grupo de países com a dispensa. “Mais de 100 milhões de chineses viajam pelo mundo anualmente e apenas 53 mil vieram ao Brasil em 2015. O Brasil precisa atrair os turistas e investidores chineses”, disse o presidente da Embratur.

Além disso, Lummertz sinalizou a previsão de viagem de Michel Temer para a China em setembro. Segundo ele, o gesto deve trazer consequências imediatas para a relação bilateral com o País. A Embratur prevê, de acordo com o potencial apresentado, abrir um Escritório Brasileiro de Turismo (EBT) e criar um Comitê Descubra Brasil no País asiático, além de disponibilizar o portal Visit Brasil em mandarim.

DISPENSA DE VISTO
Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão foram os países contemplados com a isenção do visto de turismo por meio da Portaria Conjunta nº 216, “por serem importantes emissores de turistas, demonstrarem interesse em visitar o Brasil e terem forte tradição olímpica”, segundo a Embratur.

A isenção é direcionada a estrangeiros que venham ao Brasil exclusivamente para fins de turismo. A dispensa garante, até 18 de setembro, estadia limitada a 90 dias a contar da data de primeira entrada em território nacional para cidadãos dos quatro países.

O turista não precisará comprovar que possui ingressos para assistir a qualquer evento das modalidades desportivas dos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos.

De acordo com estimativa do Ministério do Turismo, a medida do governo brasileiro deve acrescentar até US$ 1,7 bilhão na economia nacional.

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