Da Redação   |   09/12/2016 17:04

Roraima: alto fluxo migratório gera estado de emergência

O intenso fluxo migratório de venezuelanos em Roraima fez com que o governo do estado a decretasse situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional nos municípios de Pacaraima e Boa Vista.

O intenso fluxo migratório de venezuelanos em Roraima fez com que o governo do estado a decretasse situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional nos municípios de Pacaraima e Boa Vista. A área do estado faz fronteira com a Venezuela, país que vive uma crise política e econômica e gerou o êxodo de cerca de 30 mil venezuelanos para o País nos últimos dois anos. O decreto de emergência foi assinado na quarta-feira (7) e valerá por 180 dias.

"A gente tinha um fluxo migratório fronteiriço normal, tanto de brasileiros que trabalham na Venezuela, como de venezuelanos que trabalham no Brasil, principalmente Pacaraima que é a cidade de fronteira. Mas, de um ano para cá esse fluxo mudou, com número grande de solicitantes de refúgio. Nos últimos meses, ocorreram quase 2 mil solicitações de refúgio”, explica a coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima, Telma Lage.

Os agendamentos dos pedidos de refúgio já chegam a 2018, segundo a coordenadora. Os imigrantes venezuelanos se instalaram nas ruas e nos poucos abrigos de Roraima e a situação foi agravada nos últimos meses, principalmente nos serviços de saúde do estado.

SAÚDE
Estatísticas do Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima (HGR), situado na capital, apontam que o número de venezuelanos atendidos aumentou de 324 em 2014 para 1.240 em 2016 - um aumento de 382,71%. Os atendimentos médicos para venezuelanos já atingem o percentual de 60,25% do total de atendimentos a estrangeiros este ano.

O governo do estado declara não ter infraestrutura básica para comportar o aumento dos atendimentos. Além disso, Roraima aponta não ter condições de arcar “solitariamente com os custos advindos do fluxo migratório”.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNIG), Paulo Sérgio de Almeida, o órgão aguarda o relatório da missão formada por integrantes do Ministério da Justiça, Polícia Federal, Itamaraty e Agência da ONU para Refugiados, que esteve presente em Roraima em outubro deste ano para estudar as medidas que podem ser tomadas em apoio ao estado. Para Almeida, o decreto de emergência deve agilizar a adoção de medidas de apoio por parte do governo federal.


*Fonte: Agência Brasil

conteúdo original: http://bit.ly/2girvRL

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