Luiza Gil   |   30/10/2015 09:14

Saiba mais sobre o Halloween, a grande festa da Irlanda

Saiba mais sobre como começou o Halloween na Irlanda e onde celebrar a festa no país.

A data das gostosuras e travessuras já é comemorada há muito tempo mesmo. Tudo começou na Irlanda, e é bem mais sombrio do que se imagina.

A ORIGEM E OS COSTUMES DA DATA
Com mais de 2,5 mil anos de tradição, o Halloween tem origem no festival “Samhain” do povo celta, considerado o primeiro civilizado da Europa, que habitou a Grã-Bretanha e a França entre 2000 a.C e 100 a.C. A palavra vem do antigo idioma irlandês e significa “fim do verão”. Essa civilização tinha fortes crenças ligadas ao ciclo natural da vida, com destaque para a troca de estações do ano. Além disso, a celebração também marcava o fim da colheita e o ano novo.

Não coincidentemente, 31 de outubro é o último dia do verão na Irlanda, época em que, para os celtas, o limite entre o mundo dos vivos e dos mortos ficava enfraquecido. Sendo assim, a ameaça que espíritos malignos fizessem uma visita nada agradável naquela noite era muito mais provável.

Obviamente amedrontados, os cidadãos começaram a preparar suas casas contra esses fantasmas, colocando caveiras, ossos, abóboras assustadoras e espantalhos, tudo para afastá-los. Além disso, eles mesmos se preparavam, usando trajes (cabeças e peles de animais) para se disfarçar como um ser demoníaco e evitar que seus corpos fossem possuídos.

Já o motivo para as crianças pedirem doces é indefinido. Algumas crenças afirmam que, em mais uma tentativa de se proteger contra o mal, os celtas deixavam leite e comida na porta de suas casas. Outras que os filhos desse povo iam de porta em porta pedindo comida para a comemoração, mas existem outras explicações. As fogueiras também tinham um papel importante: simbolizavam boa sorte para o ano que começava e ajudavam espantar os espíritos.

AS ABÓBORAS
O costume de recortar rostos assustadores e iluminar abóboras também tem uma razão. Segundo a lenda irlandesa, um homem, chamado Stingy Jack, convidou o Diabo para beber no dia 31 de outubro. Ambos passaram dos limites e Jack, sem dinheiro para pagar a conta, convenceu o satanás a se transformar em uma moeda. Porém, ao invés de acabar com a dívida, ele pregou o dinheiro em um crucifixo.

Para se libertar, o Diabo prometeu não incomodar o homem nunca mais. E assim foi feito. O problema é que Stingy Jack morreu e ficou vagando sem rumo já que, ao fazer um pacto com o inferno, não poderia entrar no céu, e o Diabo não quebraria o pacto. Mas, para ajudá-lo, entregou ao homem um nabo com carvão, improvisando uma lanterna.

Quando o Halloween veio para a América do Norte, foi preciso trocar o vegetal – já que nabo não era tão comum – e a abóbora foi a eleita. Assim, colocaram feições humanas e iluminaram as abóboras, que ganharam o nome de Jack da Lanterna.

DE LÁ PARA CÁ
Uma das explicações para algumas mudanças na comemoração é a intervenção da igreja. Os cristãos celebravam os santos em maio, porém, no século nove, a instituição passou a data para 1º de novembro. Acredita-se que esse foi um esforço, para acabar com práticas pagãs e para familiarizar a festividade como cristã entre os bárbaros convertidos. Por isso o nome “Halloween”, do termo "All hallow´s eve", que significa “véspera de todos os santos”, no inglês antigo.

A tradição, passada de geração em geração, ainda é muito presente nos dias de hoje no mundo inteiro, com muitas festas temáticas, fantasias aterrorizantes e crianças batendo de porta em porta fazendo a conhecida e temida pergunta: travessuras ou gostosuras? Dica: não esqueça de estocar bons docinhos se não quiser sofrer as consequências.

E na Irlanda, a festa continua bastante forte. Segundo Mah Marra, vlogger do E-Dublin, portal de informações para brasileiros que vão ou já estão no país, as pessoas ainda saem fantasiadas nas ruas e toda a mídia se engaja na divulgação de histórias macabras.

COMEMORE NO MELHOR ESTILO
É claro que para celebrar o Halloween de verdade o único lugar possível é a Irlanda. Mas não pode ser em qualquer ponto. De acordo com o site Ireland.com, Derry-Londonderry deve ser a sua aposta. Por quê? Motivos não faltam.

Em primeiro lugar, todos os moradores da cidade entram na onda e se fantasiam. As roupas vão desde as tradicionais bruxas e vampiros até outras mais criativas (não se espante de encontrar uma Mona Lisa pela rua). Você também pode se divertir (ou não) na Banks of the Foyle Halloween Carnival, um tour mal assombrado que coloca medo em muitos adultos com o seu realismo.

Com o título de maior evento no calendário da cidade, a vida noturna não poderia ser menos eletrizante. Você poderá desfrutar de música ao vivo no Granny Annie, dançar no Sandinos e experimentar as cervejas locais na Walled City Brewery. Mas, se a busca é por um pub tradicional, vá direto ao Peadar O´Donnell (com três bares diferentes).

Além disso, o lugar é deslumbrante. A oeste de Derry-Londonderry fica a península de Inishowen, com uma coleção de falésias costeiras, praias e deliciosos frutos do mar. Um pouco mais longe, em direção a Belfast, estão alguns cenários da série Game Of Thrones. A leste, em Causeway Coastal Route, você passará pela Calçada dos Gigantes – conjunto de cerca de 40 mil colunas de basalto (tipo de rocha), nomeada Patrimônio Mundial da Unesco, conhecerá a Bushmills, destilaria mais antiga da ilha e poderá caminhar pelo penhasco Victorian.

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