Roberta Queiroz   |   16/06/2015 18:09

Espaço de acessibilidade da Equipotel quer quebrar estigmas

Um cenário de 250 m² ocupará pela primeira vez a tradicional Equipotel. Trata-se do Espaço de Acessibilidade Universal, apresentado a pouco por empresários e representantes de entidades públicas e privadas no centro de São Paulo.

Um cenário de 250 m² ocupará pela primeira vez a tradicional Equipotel. Trata-se do Espaço de Acessibilidade Universal – apresentado nesta tarde por empresários e representantes de entidades públicas e privadas em São Paulo. A partir do conceito de desenho universal, o espaço simulará áreas individuais e comuns de um hotel com o intuito de integrar não só a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, mas qualquer cidadão.

“Queremos quebrar o estigma de que acessibilidade é algo caro. Esse pensamento reflete falta de informação. Temos que ver o deficiente como parte da corrente econômica. Afinal, não atender essa demanda é perder oportunidade de firmar negócios”, afirma o curador do espaço e diretor do Instituto de Desenvolvimento do Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-CEMA), Edison Passafaro.

O curador reforça a ideia de oportunidade de firmar negócios ao dizer que prover acessibilidade ao hóspede deixou de ser uma questão de ética ou de simples cumprimento da legislação. “Incluir todas as pessoas de forma participativa e produtiva gera retorno financeiro”, continua ele.

O presidente da ABIH-SP, uma das entidades que apoiam a iniciativa, Bruno Omori, compartilha da visão de Passafaro. “Olhar para esse nicho é uma questão mercadológica. O novo espaço irá mostrar ao empresário como ele deve investir para conquistar rentabilidade. Isso é essencial, principalmente, em momentos de crise”, explica Omori.

DIVISÃO DO ESPAÇO
O desenho universal, conceito que inspirou o espaço de acessibilidade da 53ª Equipotel, é uma máxima da arquitetura. “O DNA da arquitetura é universal. O certo seria que não houvesse adjetivo nenhum para a palavra desenho”, ressalta o representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil de São Paulo (IAB-SP), José Armênio. “Não é genialidade montar um projeto de inclusão, pelo contrário, é uma regra que está na legislação desde 2004. Precisamos valorizar o projeto com gênese universal”, completa.

Pensando nisso, o cenário foi dividido em duas unidades habitacionais de 20 m²: uma estruturada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outra pela empresa Design Universal Arquitetura & Consultoria. Os dois quartos contam com guardarroupas e outros móveis que se ajustam às necessidades do usuário.

Entre essas divisões, há uma área com a mesma metragem dedicada à gastronomia. Nela serão oferecidas oficinas de culinária para qualquer pessoa com mobilidade reduzida.

Já na simulação da área comum, o visitante poderá conhecer tecnologias capazes de facilitar o acesso a locais e atividades como: praia, piscina, esportes radicais, recepção e transporte. Vale lembrar que cadeiras de rodas serão disponibilizadas para aqueles que tiverem curiosidade e o desejo de explorar e testar esse universo.

“Nossa intenção é trazer características lúdicas para essa edição. A Equipotel será em prol da hospitalidade e não mais do hoteleiro”, lembra o vice-presidente da organizadora do evento, a Reed Exhibitions Alcântara Machado, Paulo Otávio.

O espaço de acessibilidade universal é fruto da parceria entre a Reed Exhibitions Alcântara Machado, a IDT-CEMA e a Design Universal Arquitetura & Consultoria. O apoio tem a participação da IAB-SP, da ABIH-SP, da ABNT e da Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência (Abridef).

A Equipotel sobe ao palco do Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista, de 14 a 17 de setembro.

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