Renato Machado   |   28/10/2016 10:02

Patrick Mendes: “Hospitalidade compartilhada já é realidade"

Os millennials, aquela parcela da população que nasceu sob a influência de um boom tecnológico, cresceu e teve de se adaptar a uma das mais intensas crises econômicas da história, tem assumido papeis de destaque e influência em nossa sociedade.

Emerson Souza
Patrick Mendes, vice-presidente de Estudos e Tendências do FOHB
Patrick Mendes, vice-presidente de Estudos e Tendências do FOHB

Os millennials, aquela parcela da população que nasceu sob a influência de um boom tecnológico, cresceu e teve de se adaptar a uma das mais intensas crises econômicas da história, tem assumido papeis de destaque e influência em nossa sociedade. Uma das características mais marcantes desse grupo é a familiaridade com o consumo colaborativo e o compartilhamento. Exemplos cotidianos são os mais diversos, do comércio on-line ao transporte privado.

Em artigo produzido para o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o vice-presidente de Estudos e Tendências da entidade, Patrick Mendes (Accor), escreveu sobre “O fenômeno da sharing economy e a hotelaria”. A economia compartilhada, nas palavras do autor, se baseia no consumo colaborativo que, por sua vez, se divide em redistribuição de recursos subutilizados, estilo de vida colaborativo – “pessoas com mesmos hábitos e costumes compartilham recursos” – e sistema de produtos-serviço – “consumidor paga por um produto para utilizá-lo por um período de tempo”.

Focando em sua área de atuação, Patrick Mendes analisou “o surgimento de uma oferta de hospitalidade alternativa baseada em empresas detentoras de plataformas virtuais”, notadamente Wimdu, Home Away e Airbnb. Tais plataformas “possibilitam que viajantes loquem quartos e imóveis para pernoite ou temporada em propriedades particulares de outras pessoas, disponibilizadas por meio de websites e aplicativos”, onde se destacam a “autonomia dos consumidores” e a “baixa influência do intermediário”.

Há algumas diferenças consideráveis entre a hotelaria tradicional e às hospedagens nascidas da economia compartilhada - tanto em relação à distribuição e reserva, quanto em relação ao produto. "A oferta de unidades habitacionais na hotelaria tradicional", comenta Patrick Mendes, "abarca variadas categorias, que em geral seguem uma padronização", ao passo que, na sharing economy, "essa padronização, valiosa para os viajantes a negócios, não existe". Em dois gráficos (abaixo), o executivo ilustra como ainda há grandes divergências no que é ofertado ao hóspede em ambos os serviços.
Apesar do enorme sucesso, Mendes escancara alguns conceitos que ainda devem ser trabalhados para o melhor funcionamento do serviço. Dentre eles, a segurança. “São cada vez mais comuns casos de roubos e vandalismo praticados por hóspedes e grandes divergências entre as informações cadastradas no site por anfitriões e a realidade encontrada pelos hóspedes”, afirma.

“As empresas de hospitalidade da chamada sharing economy já não são mais uma tendência, mas sim uma realidade, provocando mudanças no setor.” Para Patrick Mendes, o próximo passo é a “regulamentação por parte das autoridades competentes para que possibilitem uma competição justa entre os modelos apresentados, gerando desenvolvimento para seus setores”.

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