Janize Colaço   |   14/10/2016 17:16

Comunidade no Alasca faz campanha para afastar turistas

Uma vila remota na costa noroeste do Alasca iniciou uma campanha de turismo inverso. Como morsas pacíficas têm visitado trechos próximos a aldeia de Inupiat, em Point Lay, diversos turistas passaram a visitar o local. Residentes, contudo, desejam que visitantes se afastem.<

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Uma vila remota na costa noroeste do Alasca iniciou uma campanha de turismo inverso. Como morsas pacíficas têm visitado trechos próximos a aldeia de Inupiat, em Point Lay, diversos turistas passaram a visitar o local. Residentes, contudo, desejam que visitantes se afastem.

O motivo da chegada dos animais não se deve a um fenômeno natural, já que o animal atualmente não encontra mais abrigo nas águas geladas da península de Chukotka, no leste da Rússia, devido as mudanças climáticas. No entanto, Point Lay, com uma população de 270 habitantes, não tem hotéis ou restaurantes. Além disso, as morsas para os residentes são uma importante fonte de alimento, não uma curiosidade. A agitação e os barulhos causados por barcos ou aviões podem assustar as morsas ou mesmo esmagar animais menores.

Diante de tal situação, Point Lay está trabalhando junto da agência federal dos Estados Unidos, Fish and Wildlife Service (FWS), na campanha: “Obrigado pelo interesse, mas, por favor, parem de vir.”

"Eles receberam as pessoas, porém não tinham onde acomodá-las, por isso acabaram tendo de dizer aos visitantes para irem embora", disse porta-voz da FWS de Anchorage, Andrea Medeiros. "Eu imagino que seja uma situação muito difícil para eles."

Medeiros também destaca que, apesar da proximidade, a morsa não pode sequer ser vista a partir da vila. "É preciso seguir através de uma enseada para chegar onde os animais estão", ressaltou. Os visitantes iriam precisar da carona de um residente e a viagem pode ser perigosa.

HISTÓRICO
As morsas começaram a visitar a costa do Alasca apenas em 2007, embora o número esteja cada vez maior. Apesar de ser uma cena fascinante e curiosa, a realidade é preocupante: devido ao derretimento do gelo do mar, a borda terrestre tem diminuindo e segue em direção ao norte. Os animais marinhos devem então escolher entre repousar em pedaços de gelos ou se mover em direção da praia – e consequentemente, se juntar aos seres humanos.

Point Lay, por outro lado, está construída sobre um terreno que passa por um processo de derretimento, o que representa um perigo para as pessoas que vivem nela. Atualmente, a comunidade tem água suficiente apenas para os residentes. Com o crescente número de visitas na região, a única alternativa para as autoridades e habitantes é que os turistas se mantenham afastados.


*Fonte: Skift

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