Da Redação   |   01/12/2016 17:58

Acordo de paz entre Colômbia e Farc tem início hoje

O acordo de paz, que acaba com meio século de enfrentamentos entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, começa a ser implementado nessa quinta-feira (1º). Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc) têm 150 dias para en


Divulgação/Agência Lusa/ETA/Mauricio Duenas
Novo acordo de paz é assinado entre o governo da Colômbia e as Farc
Novo acordo de paz é assinado entre o governo da Colômbia e as Farc

O acordo de paz, que acaba com meio século de enfrentamentos entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc), começa a ser implementado nessa quinta-feira Os rebeldes têm 150 dias para entregar todas as suas armas às Nações Unidas.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, comemorou a ratificação do pacto, firmada ontem (30) à noite depois de dois dias de intensos debates. Segundo ele, 1º de dezembro é o Dia D – o início do fim de 52 anos de violência, que resultaram na morte de mais de 200 mil colombianos e no deslocamento de mais seis milhões.

Santos ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para negociar o desarmamento do grupo guerrilheiro mais antigo da América Latina. Foi um processo que durou quatro anos e quase termina em fracasso. O primeiro pacto, assinado por Santos e pelo líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, foi rejeitado em um plebiscito em outubro. Novas negociações resultaram em uma segunda versão, menos tolerante com os rebeldes – como pediam os que votaram contra na consulta popular.

O segundo acordo manteve a promessa feita aos guerrilheiros, de que poderiam formar um partido político, disputar eleições e ocupar cargos públicos. A oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, queria que o documento fosse submetido a um novo plebiscito. Mas Santos decidiu submetê-lo à aprovação do Congresso, onde o governo tem maioria.

Tanto Santos quanto Londoño argumentaram que o acordo de paz foi resultado de amplo debate e que era mais importante implementar a paz o quanto antes do que colocar em risco a trégua entre o governo e a guerrilha e recomeçar do zero.

Além do desarmamento das Farc, o acordo prevê a erradicação dos cultivos de drogas ilegais (que financiavam as atividades guerrilheiras, depois da queda do comunismo no Leste Europeu) e programas sociais para integrar mais de seis mil rebeldes à sociedade civil. Opositores ao acordo argumentavam que a Colômbia iria gastar uma fortuna em um momento de desaquecimento da economia. O tema fará parte dos debates nas eleições do próximo ano.


*Fonte: Agência Brasil

conteúdo original: http://bit.ly/2gKB7sB

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