Henrique Santiago   |   24/03/2017 09:36

Virtuoso: "efeito Trump" cancela viagens de luxo aos EUA

Diretor executivo não acredita, no entanto, que brasileiros podem adiar seus planos

Depois de o setor corporativo sentir, agora é a vez do luxo se manifestar. A rede Virtuoso, por meio de seu presidente e diretor executivo, Matthew Upchurch, revelou ao Portal PANROTAS que as ações contra muçulmanos do presidente Donald Trump têm prejudicado o setor em uma espécie de “política anti-viagens”.
Jhonatan Soares

O executivo que, inclusive nasceu na Cidade do México, se posiciona complemente contra as medidas proibitivas de turistas de países de maioria muçulmana.

“Eu não acredito que as ações vão afetar o mercado brasileiro, de fato. Mas eu já tenho ouvido de alguns consultores que existem clientes cancelando suas viagens para os Estados Unidos”, lamentou, mas sem apresentar números.

O efeito, ainda que embrionário, preocupa o diretor. Com mais de 770 agências e 15,2 mil consultores, a Virtuoso tem 40% dos seus negócios feitos fora dos Estados Unidos e as estimativas apontam 50% do total nos próximos anos. Para Upchurch, outro fator preocupante é a isenção de vistos para mexicanos a turismo ao Canadá, cuja movimentação ao país vizinho já é notada.

“Nós, como Virtuoso, não temos problemas com nenhum desses países. Somos contra essas políticas que atingem as pessoas. Fizemos tanto progresso nos últimos anos, em relação a vistos. Temos de ser inteligentes. Acredito que politizar o Turismo é um péssimo erro”, continuou.

COMO ANDA O LUXO NO BRASIL?
Em uma breve análise sobre o luxo no Brasil, o executivo da Virtuoso valoriza os avanços dos últimos anos, com destaque pela procura por sofisticação, serviços e autenticidade do brasileiro. O resort Porta dos Ganchos, vale destacar, foi indicado à categoria de melhor crescimento em vendas anual para a hotelaria.

Mas Upchurch ainda vê uma infinidade de melhorias a serem feitas, inclusive comparou as deficiências do Brasil com um país potencialmente turístico. “O Brasil tem os mesmos problemas do Japão. O mercado doméstico é enorme e poderoso. Mas ambos não são países muito ‘quentes’ em produtos para o estrangeiro”, opinou, completando que a chegada de novas marcas pode conquistar mais clientes.

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