Da Redação   |   06/10/2017 13:45

RXT pede regras em "propaganda enganosa" da Booking

Em artigo, diretor da operadora fala sobre "práticas destoantes" da OTA


O diretor proprietário da RXT Travel, Carlos Alberto da Silva Santos, enviou artigo ao Portal PANROTAS no qual alega possíveis "práticas destoantes" da Booking.com no mercado brasileiro. Confira na íntegra a carta, que expressa puramente a opinião do empresário:

"Propaganda enganosa e vista grossa*
Assistimos à menção recorrente daquilo que se entende por ‘melhores práticas’, na indústria turística. As recomendações, vindas de fontes influentes no meio, são recorrentes, de acordo com a ocasião. Tudo em nome da lembradíssima ‘compliance’, em tempos de inovações digitais. Muito bem. E na prática, o que se vê?

Não há como escamotear as práticas destoantes da Booking.com. Por mais que se esforce para não ver, o que a organização promove é ‘propaganda enganosa’, no sentido mais prosaico da expressão. O fato é que a plataforma anuncia um câmbio em valores de dólar comercial. E o consumidor, ao fazer a compra paga pelo câmbio turismo, é onerado em cerca de 4% a mais em todas as operações.

Exemplo: você faz a reserva e paga, com o cartão, uma operação no Exterior. A cobrança vem em dólar turismo. Na propaganda, a Booking.com coloca o valor em reais, no câmbio comercial. No entanto, o consumidor paga em dólar turismo, cerca de 4% a mais, sem falar no IOF (Imposto de Operações Financeiras) de 6,38%.

Nesse contexto, eu diria que está mais fácil conquistar clientes com venda do aéreo do que com o terrestre. O aéreo tem estrutura robusta, as nossas negociações digitais são feitas diretamente. Mas no segmento hoteleiro, enfrentamos a concorrência desigual da Booking.com. Amparados por investimentos vultosos em ferramentas digitais, abusam da ingenuidade do comprador.

Ante os fatos relatados, cabe indagar às instituições que deveriam normatizar e regular certas regras de mercado. Entre elas, Abav e Braztoa. Por que não se lê uma linha sequer refletindo opinião dos dirigentes setoriais a respeito do caso? Há razões plausíveis para se omitir? Afinal, como ficam as propaladas ‘boas práticas’, na prática?
"

*Carlos Alberto da Silva Santos é diretor proprietário da RXT Travel

DIREITO DE RESPOSTA
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Booking.com se manifestou sobre o caso. Confira abaixo o posicionamento da empresa na íntegra.

Como o objetivo principal da Booking.com é oferecer a seus clientes uma experiência única de viagem por meio da transparência das informações dispostas em nossa página web, esclarecemos que tanto no momento de confirmação da reserva, como em nossos termos e condições disponíveis para os consumidores em nosso site, informamos de maneira clara que o conversor de moedas é apenas para efeito normativo e deve ser usado como referência e, portanto, não deve ser visto como uma ferramenta precisa e em tempo real, dado que as taxas de conversão podem variar.

*Atualizado em 13/10 às 17h36 para acréscimo da resposta da Booking.com

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