Movida

Marcos Martins   |   05/12/2017 12:59

Setor de transportes não prevê alta significativa em 2018

Empresas estão frustradas com o baixo desempenho econômico

Flickr/Matt Hecht
Empresas não estão muito otimistas
Empresas não estão muito otimistas
A expectativa das empresas do setor de transportes para 2018 é de um “otimismo cauteloso” mesmo com a “baixa confiança na gestão econômica do País”. As opiniões foram coletadas na pesquisa Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2017, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que possui mais de 100 páginas com dados específicos, com abrangência nacional.

De acordo com o levantamento, a indústria espera que o PIB cresça em 2018, mas boa parte dos empresários acredita que a recuperação econômica será sentida, de fato, apenas em 2019, sendo que a principal preocupação está relacionada à necessidade de fortalecimento das políticas de incentivo ao investimento produtivo.

GRAU DE CONFIANÇA
Os transportadores que esperavam por uma recuperação econômica melhor em 2017 ficaram decepcionados, já que 48,8% dos entrevistados acreditavam que haveria aumento do PIB considerável neste ano, mas para 37,8% o nível de produção será apenas mantido nos patamares do ano anterior. Para 2018 o clima é de otimismo e 54,8% acham que o PIB terá um aumento efetivo.

Em relação às taxas de juros e câmbio, 42,8% afirmaram que o custo de capital no País teve redução, se comparado ao ano passado, mas 54,3% não esperam que o processo de queda na taxa de juros continue nesses patamares. Um dos grandes fatores que diminuíram a confiança foi a crise política: 47,3% disseram que sua confiança caiu de um ano para o outro e 59,8% dos profissionais têm pouca confiança no governo federal.

MERCADO DE TRABALHO

Mesmo otimistas em relação ao aumento da movimentação em 2018, 48,8% das empresas participantes afirmaram à sondagem que o número de empregos formais será mantido. Embora 50,8% das empresas tenham considerado que a demanda por serviços de transporte tenha sido mediana, 54,6% dos entrevistados afirmaram não ter reduzido o número de empregados, pressupondo que o setor opera no limite de suas estruturas.

TRANSPORTE AÉREO

Todos os entrevistados do segmento de transporte aéreo de passageiros informaram que houve aumento no número de pessoas transportadas em voos domésticos neste ano. E essa análise coincide com os dados divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que informou o transporte de 95,38 milhões de passageiros, entre janeiro e setembro de 2017, um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período de 2016 e um retorno aos patamares de 2015.

No entanto, para 80% dos participantes a qualidade dos aeroportos brasileiros, públicos e concessionados, é regular ou ruim. Isso pode ser reflexo da percepção de 100% dos transportadores de que haverá uma manutenção ou redução dos aportes nos aeroportos públicos de 2017 em relação a 2016, sendo que para os aeroportos privados esse percentual é de 20%. Mesmo assim, todos os entrevistados concordam que o governo federal deve continuar com o programa de concessões para elevar a qualidade dos serviços.

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