Diego Verticchio   |   26/06/2014 16:15

Marsans Brasil entra em recuperação judicial

A empresa agora tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, com datas e estratégias para o pagamento de credores. A recuperação judicial é uma proteção legal, para evitar a falência, que precisa ser aprovada e supervisionada pela Justiça

Uma das mais tradicionais operadoras do Brasil, a Marsans entrou com pedido de recuperação judicial, autorizado pelo juiz Gilberto Matos, da 3ª e 4ª varas empresariais do Rio de Janeiro, no último dia 5 de junho. A empresa agora tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, com datas e estratégias para o pagamento de credores.

A recuperação judicial é uma proteção legal, para evitar a falência, que precisa ser aprovada e supervisionada pela Justiça. É uma escolha feita por firmas que precisam de mais tempo para pagar dívidas e acreditam na sobrevivência do negócio.

Segundo a Justiça, um dos controladores da Marsans é o doleiro Alberto Youseff, investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal na operação Lava-Jato, que investiga a lavagem de dinheiro em valores que chegam a R$ 10 bilhões. Entre 2012 e 2013, a Marsans chegou a captar R$ 23 milhões de fundos de previdência dedicados ao pagamento de pensões de servidores aposentados.

O Portal PANROTAS tentou contato com os diretores da empresa, mas nenhum foi encontrado. A operadora é associada à Braztoa e Abav-RJ. Ambas estão tentando contato com os representantes da empresa, mas também não estão conseguindo. O presidente da Braztoa, Marco Ferraz, confirmou que todas as mensalidades estão pagas e que não há até o momento reclamação por parte de passageiros ou agências de viagens.

No site da Marsans foi publicado, há pouco, um comunicado sobre a situação da empresa. A nota diz que “todos os eventuais credores, incluindo mas não se limitando aos passageiros, fornecedores e bancos, devem contatar seus advogados para que tomem os procedimentos necessários para eventual habilitação de seus créditos no Plano de Recuperação Judicial”. Para ler o comunicado completo, clique aqui.

Além das lojas próprias, a Marsans possuía dezenas de franqueadas pelo Brasil, a grande maioria concentrada no Rio e em São Paulo. Segundo uma franqueada que preferiu não se identificar, algumas lojas romperam o contrato e estão trabalhando com o nome da razão social, enquanto outras estão com os trabalhos temporariamente suspensos.

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