Movida

Da Redação   |   10/01/2017 08:54

Fenactur se posiciona sobre questões dos feriados

O presidente da Fenactur, Michel Tuma Ness, enviou carta aberta ao mercado ressaltando a força do Turismo e a importância da indústria no País, inclusive nos feriados prolongados, que dominaram o debate do começo do ano em alguns setores.


Marluce Balbino

O presidente da Fenactur, Michel Tuma Ness, enviou carta aberta ao mercado ressaltando a força do Turismo e a importância da indústria no País, inclusive nos feriados prolongados, que dominaram o debate do começo do ano em alguns setores.

Leia a íntegra do comunicado:

"Caros amigos e dirigentes das mais influentes instituições que reúnem o trade turístico nacional.

Tendo tomado ciência das notícias veiculadas na imprensa especializada, acerca de uma matéria jornalística divulgada pela Fecomercio-SP, onde a mesma entende que “o número de feriados nacionais em 2017 deverá impactar negativamente a economia do País”. A Fenactur, por intermédio da sua presidência, não poderia deixar de expressar a sua visão sobre o caso em apreço.

Pois bem, em que pese a Fecomercio-SP ter apresentado um cenário catastrófico para o comercio varejista - comprovando que vislumbra apenas e tão somente chamar a atenção para uma parte da economia -, deixando de perceber que o tema deve ser visto sob um ângulo mais amplo, sobretudo porque os feriados prolongados impactam diretamente uma atividade que é considerada a mola mestra da economia de vários países, inclusive no Brasil, onde responde por cerca de 3,5% do PIB (algo acima de R$ 180 bilhões) e que por força do incremento dos feriados prolongados em 2017 deverá aumentar a economia nacional em 2017 em torno de R$ 11 bilhões.

A despeito de já terem ocorridos diversas manifestações contrárias de vários representantes do trade turístico, dentre elas, o pronunciamento da Abav-SP, o qual, através de dados estatísticos, mostrou que a realidade é bem diferente daquela que foi apontada pela Fecomercio-SP, afinal de contas, se trata de um estudo, que apesar de merecer o necessário respeito e crédito, está calcado apenas em dados das vendas do comércio varejista, não expressando, portanto, a verdade da economia como um todo, ignorando, sobretudo, os números das demais atividades. Só para se ter uma noção disso, segundo os dados divulgados pela Abav-SP, o Turismo é responsável direto por um em cada 11 empregos em âmbito mundial.

Nesse pormenor, não poderíamos deixar de observar que a Fecomercio-SP, ao divulgar o trabalho em comento, pretendendo a mudança dos feriados prolongados, ela o fez olhando apenas para a sua base de representação, deixando à mingua os demais segmentos ou atividades que compõem a economia nacional.

Aliás, tal posicionamento causa espécie na medida em que a Fecomecio-SP e a sua entidade mãe (CNC) vivem alardeando que representam, também, o Turismo nacional – coisa que não é verdadeira (existem entidades classistas, reconhecidas legalmente como lídimas representantes do Turismo nacional, então é de se perguntar por que olhar apenas para o comércio, se a economia não é feita somente de comércio, ou melhor, de comércio varejista?

Nesse contexto, importante ressaltar e destacar a observação feita por Marcos Balsamão, presidente da Abav-SP, para quem: “o Turismo é impulsionador de outros setores , como a construção civil, alimentos e bebidas e meios de transporte”. Assim, se a Fecomercio-SP representa uma parte da economia - um elo na corrente da economia -, é de se estranhar, mais ainda, a falta de sintonia da Fecomecio-SP com os demais elos dessa cadeia.

Não é compreensível que a Fecomercio-SP, por meio de pronunciamento de seu presidente, Abram Szajman, tenha vindo a público para afirmar: “Isto não significa que a Fecomercio tenha qualquer restrição aos movimentos turísticos que resultam dessas pontes, pelo contrário, considera que a atividade turística deve ser amplamente favorecida por todos os envolvimentos macroeconômicos que acaba gerando” e ao mesmo tempo se posicione contra os feriados prolongados, os quais, sabidamente, impulsionam toda a cadeia turística brasileira, inclusive o comércio varejista das cidades beneficiadas pela inda e vinda de turistas.

Diante de tal quadro, a Fenactur, como entidade nacional que congrega 25 (vinte e cinco) sindicatos de Turismo, espalhados por todo o território nacional, os quais, por sua vez, representam cerca de 22 mil agências de viagens, não poderia deixar de se pronunciar e tampouco compactuar com uma visão tão bairrista, como a que foi adotada pela Fecomercio-SP ao pleitear a mudança dos feriados prolongados de 2017.

Fica aqui, portanto, a nossa indignação com tão vergonhosa intenção de beneficiamento indevido, em detrimento dos demais setores da economia nacional.

Cordialmente,

Michel Tuma Ness
Presidente da Fenactur
Vice Presisente da CNTur"

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