Rodrigo Vieira   |   15/02/2016 13:07

Setor corporativo cai 3,6% em faturamento; veja dados

O valor das vendas pela cadeia produtiva das viagens corporativas no Brasil caiu 3,6% em 2015 na comparação com 2014. As receitas totalizaram R$ 38,73 bilhões contra R$ 40,17 bilhões do ano anterior. Os dados são do 10º Indicador Econômico de Viagens Corporativas (IEVC), realizado pela Alagev em par

O valor das vendas pela cadeia produtiva das viagens corporativas no Brasil caiu 3,6% em 2015 na comparação com 2014. As receitas totalizaram R$ 38,73 bilhões contra R$ 40,17 bilhões do ano anterior. Os dados são do 10º Indicador Econômico de Viagens Corporativas (IEVC), realizado pela Alagev em parceria com o Senac, e foram apresentados durante o Lacte 11, hoje em São Paulo. Os cerca de 725,6 mil empregos diretos e indiretos no segmento de viagens corporativas em 2015 foram 3,6% menores em 2015 do que em 2014, uma perda de quase 13 mil postos de trabalho no período comparativo.

Segundo o IEVC, o lazer representou 14,34% da contribuição para o setor em 2015, seguido por receptivo internacional (28,19%) e governo (2,24%). Na liderança, as viagens corporativas representaram 55,2%.

“As viagens corporativas continuam sendo protagonista das viagens como um todo no Brasil. Esse é um país de viagens corporativas. Isso já vem acontecendo faz uns dez anos e precisamos trabalhar para levar essa estrutura adiante. A somatória de todos os outros setores, como lazer, setor público e receptivo internacional não chega à somatória das viagens corporativas”, analisou um dos coordenadores do estudo, Antônio Carlos Bonfato, do Senac. “Não há nenhum sinal de que esse cenário mude nos próximos anos.”

No ranking das receitas geradas pelo corporativo em 2015, o aéreo lidera com 44,29%, seguido por hospedagem (33,69%), alimentação (8,56%), locação de carros (7,33%), agenciamento (4,69%) e tecnologia (1,44%).

Isso demonstra que o corporativo tem credibilidade, na avaliação do líder do estudo, Hildemar Brasil, da Universidade Federal do Ceará. Para ele, o IEVC, que chega em seu décimo ano, tem de ser dividido em duas partes, uma no período Lula, em que a economia estava estabilizada e a inflação controlada, e outra no período Dilma, cujas consequências da crise internacional começaram a bater na porta do País.

“Entre 2011 e 2015 enfrentamos a Era Dilma e, mesmo nesse período, pasmem, o IEVC consegue o crescimento acumulado de 46%, apesar desse número negativo em 3,6% no ano passado. Quero mostrar com isso que o setor de viagens corporativas é extremamente resistente a choques de demanda e oferta. Devemos ser otimistas, pois o setor se mantém resistente, como o driver da economia de viagens e turismo no Brasil, portanto se apresenta como uma das saídas, uma das alternativas à crise. É importante que o governo entenda essa questão”, cravou o especialista. “Além disso, os números foram comparados com um ano robusto, um 2014 de Copa do Mundo, portanto os números não são tão pessimistas.

ESTIMATIVA 2016
Apesar de admitir a dificuldade com a previsão de 2016, o IEVC aponta que o PIB Brasil deve ter retração de 3,5%. A inflação prevista pelo índice para o setor de serviços corporativos é de 3,87% e a taxa de crescimento nominal para o ano é de 0,42%. “Se analisarem bem, essa taxa demonstra estabilidade”, analisa Bonfato.

“O professor Hildemar Brasil e eu concordamos que o País é viável em médio e longo prazo para o setor. Temos esses problemas macroeconômicos agora mas já deve haver retomada em 2017, 2018 e há, sim, motivos para otimismo. Nossa economia vai melhorar e as viagens corporativas andarão lado a lado com esse crescimento.”

CONFIRA ABAIXO A TABELA ANO/VALOR/VARIAÇÃO ANUAL:
2013 R$ 36,78 bi +13,86%
2014 R$ 40,17 bi +9,20%
2015 R$ 38,73 bi -3,60%

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