Artur Luiz Andrade   |   28/07/2017 15:40

Alatur JTB entra na justiça contra sócios brasileiros

As brigas de marido e mulher, como um dos sócios definiu as discussões passadas, viraram um possível divórcio entre a Alatur JTB e os três sócios brasileiros, Francisco Carpinelli, Ricardo Ferreira e Marcos Balsamão. Esses três viraram ré


Emerson Souza
O presidente da JTB Americas, Jun Takeda, esteve no Brasil em fevereiro, quando a JTB aumentou sua participação na Alatur JTB para 70%; na foto, ele está com Eduardo Kina, Ricardo Ferreira, Francisco Carpinelli, Marcos Balsamão e Tetsu Suzuki
O presidente da JTB Americas, Jun Takeda, esteve no Brasil em fevereiro, quando a JTB aumentou sua participação na Alatur JTB para 70%; na foto, ele está com Eduardo Kina, Ricardo Ferreira, Francisco Carpinelli, Marcos Balsamão e Tetsu Suzuki

As brigas de marido e mulher, como um dos sócios definiu as discussões passadas, viraram um possível divórcio entre a Alatur JTB e os três sócios brasileiros, Francisco Carpinelli, Ricardo Ferreira e Marcos Balsamão. Esses três viraram réus no processo 1048090, que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo, desde 26 de maio deste ano. São acusados pela administração da Alatur JTB (que tem 70% das ações nas mãos da japonesa JTB) de concorrerem com a própria Alatur, por meio das empresas Jath Viagens e LTS, e de direcionarem emissões da Alatur para essas empresas.

Os três sócios brasileiros foram afastados de qualquer atividade executiva na Alatur JTB (e o e-mail deles avisa exatamente isso, que não exercem mais funções executivas na TMC desde junho), e estariam proibidos, por liminar, de entrar na empresa.

“Os réus, utilizando-se de sua posição de funcionários da requerente, orientaram que bilhetes de viagem fossem, emitidos e despesas fossem faturadas como se realizadas diretamente pela LTS e Jath”, diz trecho do processo, com decisão da juíza Lúcia Caninéo Campanhã a favor da Alatur JTB, pois não poderia haver essa concorrência. Os três sócios são citados nominalmente no processo e também por meio da Gare Participações, que os representa na sociedade. E a determinação da juíza é de não exercerem mais essa concorrência. Outros pedidos da Alatur JTB, como cassação da licença de funcionamento da LTS e da Jath, foram recusados pela juíza. Uma multa será paga pelos sócios brasileiros "em momento oportuno".

O Portal PANROTAS procurou os três sócios brasileiros, que ficaram de enviar um comunicado, e também a Alatur JTB, na figura de seu presidente, Eduardo Kina, que ainda não se manifestou. A informação oficial é a de que Kina está de férias e só retorna na próxima segunda-feira.

O divórcio vai acontecer na justiça, com a JTB assumindo os 100% da Alatur JTB (o valor dos 30% restantes é o cerne da questão) e há informações de que os japoneses não querem sair do Brasil, e venderiam a Alatur JTB para um grande grupo de Turismo, em troca de 10% das ações desse grupo. Negociações estão em andamento.

O Portal PANROTAS também apurou que os sócios brasileiros estão indignados com a ação e que pretendem resolver a situação o mais rapidamente possível. Um deles, Marcos Balsamão, é presidente da Abav-SP, e há um movimento para que ele não se candidate à reeleição, por conta dos atuais acontecimentos.

A Alatur JTB tem, ainda, a opção de compra da LTS, o que deve ser feito ainda este ano, pelo que apurou o Portal PANROTAS. A TMC administrada pelos japoneses fechou 2016 com R$ 1,66 bilhão em vendas e é uma das três maiores do País.

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