Victor Fernandes   |   06/02/2024 16:21

"Vida normal": Gol tranquiliza gestores corporativos após Chapter 11

Executiva Ana Paula Zuppi diz que aérea está otimista em sair do processo em 12 a 18 meses


PANROTAS / Emerson Souza
Ana Paula Zuppi, gerente comercial com foco corporativo da Gol
Ana Paula Zuppi, gerente comercial com foco corporativo da Gol

"A Gol não reduzirá malha e não terá demissões por causa de Chapter 11. Vida normal." A afirmação é da gerente comercial com foco corporativo da companhia aérea, Ana Paula Zuppi. Hoje (6), na primeira reunião do Travel Managers Group (TMG) em 2024, a executiva foi convidada para explicar aos gestores a situação do Chapter 11, assim como tranquilizá-los de que suas as operações da Gol Linhas Aéreas seguem normais.

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A executiva explicou que a entrada da Gol no processo de Chapter 11 foi estratégica para sanar as dívidas geradas pela pandemia, agravadas pelo atraso na entrega de aeronaves pela Boeing e a manutenção da alta taxa cambial do dólar. De acordo com Ana Paula, o clima na Gol é de otimismo, a ponto de preverem entre 12 e 18 meses para a conclusão do processo, mas a empresa acreditar que pode ser ainda mais rápido.

"O que fica de recado é: entramos no Chapter 11 para estancar as dívidas da pandemia. O clima da Gol é muito positivo, e ficamos muito animados com a resposta positiva do mercado".

Ana Paula Zuppi, da Gol

Ana Paula também afirmou que a companhia espera receber os Boeings que estão com entrega atrasada, "conseguindo melhorar a malha e nos adequando dentro desse planejamento". Ela também explicou que a malha não será reduzida, mas que aeronaves podem ser realocadas para rotas com uma "operação mais saudável", ou seja, que gerem mais retorno.

A gerente comercial focada no corporativo também afirmou que todos contratos vigentes com empresas serão honrados, mas que a companhia aérea está pensando em novos formatos para estimular as parcerias corporativas para além do "desconto de 10%".

"Vamos propor novas formas de gerar valor para o viajante, criar diferenciais. Estamos tateando entre 'o que eu consigo te entregar' versus 'o que eu consigo de volta'. Número de viajantes corporativos em 2023 foi 36% abaixo de 2019, então queremos recuperar esse importante público da Gol", explicou.

Receio dos Gestores

Antes do discurso de Ana Paula Zuppi, da Gol, Sheila Rodrigues, da KPMG, e Rafael Lanza, da GM, demonstraram receio com o Chapter 11 e o que pode gerar no valor das passagens, mas torce pela parceira aérea. "Tenho uma preocupação com um custo ainda maior. Temos enfrentado tíquetes médios altíssimos, para viagens domésticas inclusive, e acaba gerando uma preocupação neste fator", explicou Sheila.

"Um fator mais preocupante seria se, por ventura, algo saia dos eixos no plano da Gol, porque já temos poucas aéreas nacionais. Temos um ótimo relacionamento com a Gol, torcemos por ela, mas a preocupação existe. Por outro lado, é importante trazer alguém como a Ana Paula aqui para trazer tranquilidade e esclarecer as dúvidas dos gestores", concluiu Rafael Lanza.

PANROTAS / Emerson Souza
Ana Paula Zuppi, da Gol, entre Ricardo Ret, da Igreja de Jesus Cristo, Paula Mattos, do Grupo Genial, Rafael Lanza, da GM, José Francisco Vieira, do TMG, Sheila Rodrigues, da KPMG, Erica Withaar, da Embraer, e Vitor Bento, do Itaú
Ana Paula Zuppi, da Gol, entre Ricardo Ret, da Igreja de Jesus Cristo, Paula Mattos, do Grupo Genial, Rafael Lanza, da GM, José Francisco Vieira, do TMG, Sheila Rodrigues, da KPMG, Erica Withaar, da Embraer, e Vitor Bento, do Itaú

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