Karina Cedeño   |   24/07/2017 09:00

Estudo revela lado ''obscuro" das viagens corporativas

Elas podem gerar consequências fisiológicas, emocionais e sociais na vida dos viajantes 


Dreamstime
Muitos dos viajantes corporativos já se pegaram explicando a parentes e amigos que sua vida não é feita apenas de viagens e glamur, e que por trás das fotos postadas nas redes sociais há muito trabalho envolvido. Agora eles poderão comprovar seus argumentos com um novo estudo, lançado por pesquisadores da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, que dá destaque para o “lado ruim das viagens corporativas”, ou melhor, da hipermobilidade proporcionada por elas.

"Enquanto os aspectos da glamurização em relação à mobilidade ganham destaque a cada dia, existe ainda um grande silêncio em torno do lado mais sombrio dessa hipermobilidade", contou um dos especialistas responsáveis pelo estudo ao The Economist. A pesquisa revela consequências fisiológicas, psicológicas, emocionais e sociais de viagens muito frequentes. Os fisiológicos são os mais óbvios, como o jet lag, embora muitos não saibam que ele pode provocar efeitos mais severos como acelerar o envelhecimento ou aumentar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Depois, há o perigo de trombose venosa profunda, exposição a germes e radiação. E, é claro, os viajantes a negócios tendem a fazer menos exercícios e se alimentar de forma menos saudável do que as pessoas que não viajam tanto.

As consequências emocionais, por sua vez, são mais abstratas. Viajantes frequentes experimentam certa desorientação ao mudarem de lugar, clima e horário com tanta frequência. Isso sem contar o estresse crescente, dado que o tempo gasto na viagem raramente será compensado por uma carga de trabalho reduzida e que o viajante não consegue controlar o volume de trabalho que se acumula em sua ausência do escritório (por exemplo, por causa da sobrecarga da caixa de e-mails).

Por fim, há as consequências sociais. Viajantes casados sofrem com a distância de seus cônjuges e podem ter mais atritos com eles, já que a maior parte das tarefas domésticas acaba sobrando para aquele que fica em casa. As amizades também são sacrificadas, considerando-se que os viajantes corporativos, quando retornam de suas viagens, tendem a priorizar suas famílias em vez das relações sociais.

O estudo revelou também uma disparidade quanto ao gênero dos viajantes, já que a maioria deles é composta por homens, fato reforçado por um estudo feito pela Accor com viajantes asiáticos, que revelou que 74% deles são homens, e outro realizado pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos, que revelou que 77% dos viajantes consultados eram do sexo masculino.


*Fonte: The Economist

conteúdo original: http://econ.st/2ufdz4Z

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