Karina Cedeño   |   16/10/2017 09:00

Gestores que focam apenas na redução de custos podem ter problemas; veja por quê

Estudo realizado pelo Sabre e pela GBTA revela qual deve ser a prioridade dos gestores


Dreamstime
Os programas de viagens corporativas costumam priorizar a redução de custos em detrimento de outras questões, o que pode ser um grande erro, de acordo com recente pesquisa feita pelo Sabre e pela GBTA. Isso porque a prioridade dos gestores deve ser a satisfação dos viajantes.

Para as empresas de todo o mundo, o aprimoramento da experiência de viagem para os funcionários - e não a redução os custos - promove a satisfação no local de trabalho, a lealdade organizacional e as eficiências operacionais, e a melhor maneira fazer isso é tirando o máximo possível de empecilhos das viagens.

“Satisfação, lealdade e eficiência são partes fundamentais da mentalidade de um empregado quando ele vai para a estrada em nome de sua empresa. A evidência de que a viagem pode impactar positivamente esses três estados de espírito fica clara a partir do estudo, desde que a viagem não ofereça obstáculos do início ao fim”, relata um trecho da pesquisa.

E isso se aplica em todo o mundo. O relatório não só fornece uma visão geral, mas também examina quatro regiões: Europa, Oriente Médio e África, América do Norte, Ásia-Pacífico e América Latina. E, embora existam diferenças em algumas áreas, o fato é que 80% dos viajantes acreditam que sua experiência de viagem afeta a maneira como eles executam o seu trabalho.

79% dos viajantes na Ásia-Pacífico consideram-se satisfeitos com suas viagens corporativas, ao mesmo tempo em que exigem informações automatizadas, aplicativos de gerenciamento de itinerário e recursos de pagamento móvel. Da mesma forma, 93% dos viajantes latino-americanos dizem estar satisfeitos com suas viagens de negócios. Os hotéis confortáveis são o principal motivo de experiência favorável para eles, enquanto os viajantes da Europa, Oriente Médio e África consideram a segurança e a eficiência das viagens como suas prioridades.

Partindo desse ponto, o levantamento identifica as situações de dificuldade sentidas pelos viajantes e sugere maneiras por meio das quais a tecnologia pode aliviar tais aborrecimentos. Os problemas não variam muito entre as regiões e tendem a cair na categoria "equilíbrio entre vida e trabalho". Os viajantes a negócios expressaram insatisfação com a quantidade de tempo gasto viajando, um problema que nem a garantia de voos diretos e horários de partida convenientes consegue eliminar.

Mas soluções tecnológicas podem ser aplicadas antes, durante e depois da viagem para tornar a experiência o mais favorável possível. Viajantes da América Latina afirmam que melhorar a comunicação pode ajudar a eliminar muitos dos problemas - boas notícias para corporações, pois é um serviço de custo relativamente baixo para implementar -, enquanto viajantes da Europa, Oriente Médio, África e América do Norte identificaram o depósito de despesas pós-viagem como a principal dor de cabeça e gostariam de poder fazer isso por meio de seus smartphones. As demandas da Ásia-Pacífico, por sua vez, giram em torno de conveniência e conforto, como a capacidade de mudar um voo ou reserva de hotel via celular durante a viagem, o que foi identificado como alta prioridade.

AS POLÍTICAS COMO FATOR DE RETENÇÃO
A maioria dos entrevistados no estudo afirma que uma boa política de viagens é fator importante para decidir sobre um novo emprego. Isso é mais evidente na América Latina, onde 67% concordaram, enquanto os respondentes da Europa, Oriente Médio e África se preocuparam menos (50%) com essa questão.

A partir das descobertas acima, fica evidente que as empresas com uma política que facilite a vida do viajante têm a vantagem sobre aquelas que se concentram em economia de custos quando se trata de incorporar novos funcionários. Tendo também estabelecido a viagem como um dos principais impulsionadores da satisfação no trabalho, também se pode argumentar que a viagem acaba sendo um fator determinante na retenção de funcionários.

As empresas mais afetadas são aquelas que se concentram principalmente em programas de viagens que economizam custos, em vez de experiências centradas no viajante. Outros estudos mostram que o custo de substituição de funcionários seniores pode ser de mais de 200% de seu salário anual. Ter uma política de viagem sem atritos não é necessariamente uma garantia de que a equipe permanecerá - as pessoas mudam de emprego por uma variedade de razões -, mas claramente ajuda se os funcionários sentem que a corporação está fazendo tudo o que pode para tornar a experiência de viagem comercial tão livre de estresse quanto possível.


*Fonte: Tnooz

conteúdo original: http://bit.ly/2ylby9X

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