Leonardo Ramos   |   31/10/2017 11:00

Perto de privatização, Anhembi (SP) não será tombado

Complexo do Anhembi não será tombado e deve ser privatizado em breve, caso a Câmara Municipal aprove na segunda votação; mudanças na estrutura do espaço e até demolições podem acontecer

Wanderlei Celestino/SPTuris
Complexo do Anhembi não será tombado, e deve ser privatizado em breve, caso a Câmara Municipal aprove na segunda votação
Complexo do Anhembi não será tombado, e deve ser privatizado em breve, caso a Câmara Municipal aprove na segunda votação

Passado pouco mais de um mês da aprovação, em primeiro turno, de sua concessão à iniciativa privada, o complexo do Anhembi acaba de dar mais um passo para se tornar passível de privatização, um dos objetivos da gestão do prefeito João Dória. Segundo informações da Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (30), o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp) decidiu que o Anhemi não será tombado como patrimônio histórico.

Seu tombamento, caso aprovado, poderia limitar consideravelmente as intervenções de empresas privadas no espaço, como alterações estruturais do complexo, por exemplo. Isso poderia gerar uma queda da procura do local por possíveis empresas interessadas, ocasionando inclusive uma desvalorização.

Com a decisão dos sete conselheiros do Conpresp, que votaram de forma unânime contra o tombamento, intervenções no complexo estarão liberadas para as empresas privadas sem consulta prévia, incluindo mudanças na estrutura e até a demolição do lugar.

"A cidade ganha com essa decisão. Ajuda no processo de desestatização da prefeitura e pode trazer mais recursos para áreas como Saúde e Educação. O Anhembi vale mais assim(sem o tombamento)", afirmou o secretário de Parcerias e Desestatização, Wilson Poit.

As instalações do Anhembi totalizam hoje 400 mil metros quadrados divididos em três áreas, o pavilhão de exposições, o Palácio das Convenções e o Sambódromo. Anualmente, recebe 3,5 milhões de pessoas em cerca de 150 eventos anuais.

DEMOLIÇÃO PODE ACONTECER
Ainda segundo o Wilson Poit, algumas empresas já negociam com a prefeitura a aquisição do espaço, sendo que algumas delas já teriam afirmado que pretendem demolir ao menos parte da estrutura atual.

"Acredito que sim", afirmou Poit, quando questionado se o Anhembi pode realmente ser derrubado. "São Paulo tem lugares para feiras, mas falta um grande centro de exposições. Ainda estamos perdendo para Cingapura, Miami. Poderemos ter algo assim no Anhembi, um espaço que fica ao lado do recém-anunciado parque Campo de Marte. Ou seja, um lugar muito valorizado", concluiu o secretário de Parcerias e Desestatização, na reportagem da Folha.

O presidente do Conpresp, Cyro Laurenza, também apoiou a decisão, mesmo se revelando "fã" do auditório Celso Furtado, que pode ser incluída entre as partes que serão demolidas, caso alguma empresa privada opte por tal. "Não posso deixar um auditório no meio de um baita terreno. Não teria função alguma. Dos estudos que existem e dos que já fiz, a zona norte está muito carente. Só tem o Center Norte. Quem sabe alguma coisa mais moderna, diferente, pode acontecer lá agora? Precisamos começar a construir coisas ali", disse.

Aprovado em primeira votação na Câmara Municipal, o projeto de lei que libera a privatização do Anhembi ainda deve passar por uma segunda votação, prevista para acontecer nas próximas semanas. Em caso de nova aprovação, a concessão do complexo será sancionada, e prevê 75 dias por ano dedicados ao Carnaval e outros eventos.


*Fonte: Folha de S.Paulo

conteúdo original: http://bit.ly/2lxdJCv

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