Beatrice Teizen   |   28/09/2022 13:14
Atualizada em 28/09/2022 13:59

Viajante corporativo assume de vez o comando de sua jornada

Como algumas empresas estão lidando com isso? Painel do evento Download debate o tema; confira

Nessa nova era que pede personalização e flexibilidade, mais do que nunca, o viajante corporativo é o piloto da vez. Passamos anos falando sobre traveller centricity, mas parece que para os novos tempos este protagonista saiu do centro e foi para o comando das suas viagens corporativas.

PANROTAS / Emerson Souza
Vivi Martins, da Academia de Viagens, moderou o painel com Gabriela Oliveira, do BTG Pactual, Marcel Frigeira, da IBM, e Marcelo Mancen, da Salesforce
Vivi Martins, da Academia de Viagens, moderou o painel com Gabriela Oliveira, do BTG Pactual, Marcel Frigeira, da IBM, e Marcelo Mancen, da Salesforce
WFA (working from anywhere), Blended Travel, Long Stay, viagens para fechamento de vendas, encontro de equipes, viajantes que querem muito voltar a viajar e outros que ainda tem receio. Como resolver esta equação quando pensamos em liberdade com responsabilidade? Como algumas empresas estão lidando com isso? Este foi um dos temas debatidos em painel no Download, realizado nesta quarta-feira (28).

“A pandemia mudou muita coisa para quem viaja a trabalho. Deixou o viajante mais seletivo. Hoje eu observo muito se realmente preciso fazer aquela viagem ou não. Gosto muito de viajar, mas estou selecionando mais para onde e se vou. A política de viagens me deixa mais à vontade no sentido de escolher o melhor voo, a aérea preferencial, e isso é bom para quem viaja. Porque você está saindo da sua casa, Estado ou país e quer ter o mínimo de conforto”, pontua o diretor de Customer Success da Salesforce, e viajante frequente, Marcelo Mancen.

A política de viagens, inclusive, é algo que foi colocado em foco nestes dois últimos anos da covid-19. Muitas empresas já tinham seus documentos bem elaborados, outras precisaram rever, algumas tiveram de modificar muita coisa. Mas o principal é que as regras precisam sempre ser revistas.

“Eu acredito que a política nunca está de fato ok, ela está sempre mudando. O grosso, as regras principais, não alteram. Mas coisas novas precisam entrar, como wi-fi na aeronave, despachar mais bagagem ou algum outro serviço que o viajante acabe precisando. Até porque as companhias aéreas e os hotéis mudam as suas regras. Então, é preciso se adequar ao mercado, não podemos nos manter engessados”, diz a diretora do Departamento Global de Viagens do BTG Pactual, Gabriela Oliveira.

O QUE MUDOU
Não é segredo que muita coisa (se não tudo) mudou após a covid-19 e todo mundo precisou se readaptar. Mas, quem viajava muito, ou realizava e participava de muitos eventos e reuniões, percebeu o quanto o contato humano – face to face – fez e faz falta.

“Um efeito colateral da pandemia que ficou claro foi o valor do contato humano. Mesmo que as viagens de time não sejam tão frequentes, ficou claro que não dá para ficar o ano inteiro sem um contato. É importante não só ter call todos os dias, mas, pelo menos uma vez por ano, se encontrar, ter esse relacionamento”, diz o gestor de Viagens da IBM para América Latina, Marcel Frigeira.

Frigeira também aponta que o viajante corporativo está ainda mais capacitado. Por conta das viagens de férias, com a família, ele passou a pesquisar e aprender cada vez mais, tornando-se, assim, um viajante muito preparado e muito mais exigente.

“É importante dar poder, temos de dar a sensação de que ele pode tudo, mas preciso garantir também que ele está fazendo as escolhas certas para a viagem a trabalho dele. Meu desafio, então, é dar essa liberdade, mas, por trás, preciso ter o rastreio, saber o que ele está fazendo e garantir que a minha política esteja protegendo-o e garantindo que ele vai ter uma experiência tranquila”, explica.

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