Karina Cedeño   |   23/03/2017 16:34

Receitas com corporativo caem quase 9% em 2016

O índice deste ano conta com metodologia mais ampla, alinhada às recomendações da World Tourism Organization (UNTWO)

Jhonatan Soares
Felipe Mendes (GFK), Walter Teixeira (Alagev) e Mauricio Moreira (GFK)
Felipe Mendes (GFK), Walter Teixeira (Alagev) e Mauricio Moreira (GFK)

Foi divulgado hoje, durante o Lacte, o Indicador de Viagens Corporativas (IVC) referente ao ano de 2016, no qual foi possível avaliar o desempenho, o comportamento e as perspectivas do mercado brasileiro neste setor. Segundo o estudo, as receitas registraram uma queda de 8,7% no período em questão, totalizando R$ 78,1 bilhões em comparação aos R$ 85,5 bilhões de 2015, números que são bastante similares ao índices de 2011.

Dos 150 profissionais da indústria entrevistados, 32% registraram aumento em suas receitas, fator gerado principalmente pelo aumento do número de clientes (69% dos casos), do valor médio no número de transações (31%), do lançamento de novos produtos e serviços (25%) e do aumento do número de transações com os clientes (19%). Por outro lado, 42% registraram redução no volume de suas receitas, fator estimulado principalmente pela redução do número de clientes (48%) e redução no número de transações com eles (48%).

A pesquisa ainda revela que os gastos com viagens corporativas cresceu 35% para os entrevistados, fator que se deve ao aumento no número de viagens para identificação de novos ou potenciais clientes (46% dos casos) e aumento do gasto médio por viagem (42%). Em 2016 também foi registrada uma queda na participação das receitas do transporte aéreo. Dos 109,5 milhões de passageiros transportados em voos domésticos e internacionais em 2016, cerca de 60% tinham como motivo principal a realização de negócios.

E PARA 2017?
O índice mostra que, para este ano, há uma grande diferença entre a expectativa de faturamento e a projeção de gastos. Enquanto a perspectiva do aumento da receita por parte dos prestadores de serviço é de 72% de 2016 para 2017, as perspectivas de redução de gastos com viagens corporativas é de 32%.

O estudo da Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) foi desenvolvido pela GFK, especializada em pesquisa de mercado, em parceria com o consultor Mauricio Emboaba Moreira. Vale observar também que o estudo mudou de nome, de IEVC para IVC. "Alteramos o nome porque a metodologia de pesquisa também foi alterada, já que a partir desse ano passa a contar também com metodologia alinhada às recomendações da World Tourism Organization (UNTWO), agência especializada do setor da Organização das Nações Unidas (ONU)", relata o vice-presidente da Alagev, Walter Teixeira.

A pesquisa leva em conta a soma dos valores das receitas das empresas que compõem as Atividades Características do Turismo – ACTs, ajustadas pelos coeficientes calculados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). São oito atividades: alojamento; alimentação; agências de viagem; transporte aéreo; transporte terrestre; transporte aquaviário; aluguel de transporte; e cultura e lazer.

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