Felippe Constancio   |   17/08/2016 09:21

"Reservas diretas são ilusão para pequenas empresas", diz especialista

Apesar de ser cada vez mais importante a suas operações, a gestão de viagens corporativas "parece ficar no banco traseiro nas pequenas e médias empresas". É o que acredita o diretor-geral da cingapuriana especializada em gestão de risco em viagens


Usace ny/Flickr

Apesar de ser cada vez mais importante, a gestão de viagens corporativas "parece ficar no banco traseiro nas pequenas e médias empresas". É o que acredita o diretor-geral da cingapuriana especializada em gestão de risco em viagens FCM Travel Solutions, Bertrand Saillet.

"Certamente, o fácil acesso e preços competitivos oferecidos nos canais de compras diretas são um atrativo a organizações mais enxutas que podem não ter empregados constantemente em viagem. No entanto, as empresas também devem considerar o impacto a longo prazo da política de viagens - ou a falta desta - em relação a tempo, custos e produtividade", observa o especialista.

Além disso, o executivo observa o compromisso com a integridade dos viajantes, ainda que esporádicos, em um cotidiano repleto de notícias de ataques terroristas, fenômenos naturais de consequências desastrosas e incidentes na aviação do mundo todo. "Cada vez mais empresas estão atentas à importância de garantir segurança aos empregados."

Saillet ressalta que empresas que apenas buscam passagens aéreas por meio dos atraentes sites de comparação se deparam com frustrações como voos mais baratos após a compra e custos embutidos em taxas, revelados só na hora do pagamento. "Muitas vezes o viajante tem que se contentar com o preço mais barato às custas de seu próprio conforto ou gastar muito mais do que o pretendido devido a limitações de tempo na procura de um preço mais acessível."

Divulgação Bertrand Saillet
Para ele, a particularidade do perfil do viajante - que não tem a mesma disposição para inconvenientes, como os viajantes a lazer - deve ser levada em conta, dado que os viajantes corporativos perdem horas de produtividade que podem impactar os negócios.

"As pequenas e médias empresas que estão buscando estabelecer uma política de viagens devem considerar conceder o serviço a um parceiro que, além de agendar voos e hotéis, pode ajudar a amenizar todo o processo de gerência de viagem", frisa Saillet. "Não é apenas o itinerário que é montado e monitorado pelo gestor, mas também os custos da viagem de acordo com as tarifas preferenciais de voo, acomodação e transporte."

CUSTOS E PROTEÇÃO
Pequenas e médias empresas com poucos viajantes corporativos têm o desafio de integrar a gestão de viagens ao negócio, uma vez que muitos trabalham com equipes menores de funcionários, que já têm responsabilidade por diversas tarefas, lembra o executivo. "É aí que uma parceria em viagem pode melhorar este encargo sem qualquer custo adicional. Há o valor agregado do serviço em tempo real e de ajuda para imprevistos durante a viagem. Tudo isso pelo preço do próprio tíquete que você está comprando."

Ao considerar imprevistos, Saillet se volta para a gestão de risco. "Como um compromisso ético para com os empregados, empregadores devem seguir os procedimentos de devido zelo para garantirem que todos os possíveis riscos são considerados. Além disso, os empregados devem ter livre arbítrio quando os destinos são de alto risco. Por fim, eles são inteirados de todos os pontos das políticas de viagens, para que eles mesmos estejam precavidos e tomem decisões corretas diante de situações incertas."

Na visão do especialista, o processo inicial do desenvolvimento de uma política de gestão de risco em viagens corporativas pode ser cansativo a pequenas e médias empresas, mas, uma vez implementado, "certamente mostrará seus benefícios no longo prazo tanto a elas quanto aos empregados".

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