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Maria Eduarda   |   20/07/2018 09:00

Experiência do viajante impacta na satisfação do profissional

Saiba como a empresa pode contribuir para promover uma experiência melhor

Na América Latina, as viagens corporativas podem ter um enorme impacto na satisfação com o trabalho. Isso é o que diz o estudo Criando uma experiência de viagens sem tropeços, da GBTA. Na região, 71% dos participantes indicaram que suas experiências em viagens a negócios afetam em grande medida a satisfação com o emprego - resultado muito acima ao verificado na América do Norte (32%) e na Europa (34%).

Reprodução / Pixabay
Viajantes corporativos desejam mais flexibilidade e opções
Viajantes corporativos desejam mais flexibilidade e opções
O estudo mostra que, mesmo que na prática ainda possa haver dificuldades para conciliar as demandas dos viajantes com as políticas das empresas, o mercado precisa estar atento a essa necessidade. Mais do que um clichê, o conceito de experiência do viajante tem se mostrado fundamental, inclusive para reter talentos.

Para a presidente da HSMai Brasil, Gabriela Otto, esse é um dos motivos pelos quais a gestão de viagens tem estado mais envolvida com o setor de recursos humanos das empresas. “A experiência do viajante está ligada também à retenção de pessoas e motivação. Isso está cada vez mais conectado com como a empresa é vista pelo funcionário”, diz.

CONTROLE VS. DECISÃO
Atualmente, é difícil falar em experiência do viajante sem considerar uma crescente demanda por mais flexibilidade. Outra pesquisa, da Associação de Executivos de Viagens Corporativas (ACTE, sigla do original em inglês) revela que, ansiosos para integrar sua vida profissional e pessoal, viajantes desejam mais possibilidades para construírem sua própria experiência.

No entanto, o estudo denominado Finding the right balance, feito com 200 gestores pelo mundo, sugere que para os profissionais ainda é difícil conciliar a demanda por mais poder de escolha ao compliance. Quarenta e sete por cento dos entrevistados acreditam que permitir que os viajantes reservem através de múltiplos canais teria um impacto negativo em sua política de viagens.

Para contornar esse problema, a pesquisa propõe quatro iniciativas que podem ajudar a encontrar o equilíbrio: oferecer aos viajantes a tecnologia para gerenciar suas viagens; trabalhar com parceiros para dar mais opções ao usuário final; educar os funcionários sobre essas alternativas; aprender com os cases de sucesso da indústria.

Para Gabriela, no mercado brasileiro, isso vem, sim, sendo feito e há uma tendência por mais flexibilização. “Com certeza ainda existem empresas mais fechadas, com foco 100% em savings, mas existe a economia inteligente. Hoje em dia, os gestores que estão mais evoluídos nesse sentido estão negociando”, afirma.

Muitas empresas têm optado por ampliar seu portfólio de fornecedores para dar mais opções aos viajantes. Esse é o caso da Sodexo, por exemplo. “É de extrema importância dar a devida atenção para a experiência do viajante. Isso pode afetar diretamente a sua satisfação geral no trabalho”, afirma a gestora Tanise Coelho. “É importante que a empresa tenha parceria com hotéis que foram previamente avaliados em relação a qualidade dos serviços e localização. Hotéis muito distantes podem ocasionar longos trechos de deslocamento. Tudo isso deve ser avaliado e é relevante para a segurança e conforto do colaborador.”

Para Gabriela, quando as regras são bem definidas, essas escolhas por parte do usuário facilitam o processo e podem render economias. “Travel Managers e TMCS estão proporcionando ferramentas e conhecimento para o usuário final se tornar mais maduro e ter uma experiência melhor”, explica. “A gente entende que o mercado está cada vez mais consciente de que o barato pode custar caro. E ninguém melhor para dar esse feedback do que o usuário final”.

Uma comunicação eficiente entre gestores, agência de viagens corporativas e viajantes é outra peça-chave para uma boa experiência do viajante. “É fundamental que o gestor de viagens e TMCs estejam sempre em contato, avaliando os fornecedores, e levando em consideração todos os feedbacks dados pelos viajantes. Com isso é possível avaliar a qualidade dos serviços oferecidos, e melhorar cada vez mais as opções que são oferecidas a eles”, defende Tanise.

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