Da Redação   |   13/11/2017 10:00

Buenos Aires: vantagens da capital argentina como destino Mice

Capital argentina tem diversas opções para os viajantes a negócios

Texto publicado originalmente na Revista HRS: Hotel Expert, edição de setembro de 2016.

Boas condições para viajantes a negócios ao Río de la Plata: o presidente Mauricio Macri facilita a abertura da política externa, a liberalização da economia e a integração no mercado mundial. A elegante capital tem muito a oferecer: Buenos Aires é a capital mundial dos apaixonados por uma boa carne.

Reprodução / Pixabay
Buenos Aires tem muito a oferecer aos viajantes corporativos
Buenos Aires tem muito a oferecer aos viajantes corporativos
Perfeitamente grelhada por fora, suculenta e macia por dentro. Não há dúvida: o primeiro pedaço de carne em Buenos Aires é uma experiência inesquecível. E nem precisa ser o baby-beef de mil gramas, para os mais esfomeados. A qualidade faz a diferença e faz com que os visitantes lembrem com desdém dos restaurantes especializados em carnes ou churrascarias que conheceram anteriormente.

"Buenos Aires tem um número incrível de restaurantes, mas também apresenta uma grande área comercial – especialmente no bairro chamado Palermo", diz Carl Moses, que analisa situação atual do país na Germany Trade and Invest, como uma sociedade que está promovendo a sua economia. “A cidade oferece muitas opções de entretenimento, com uma forte cultura local e regional, apesar de ter uma grande influência européia, também é relativamente segura, quando comparada a outras cidades na América Latina". Outras vantagens interessantes dessa cidade são: a baixa taxa de criminalidade, a alta qualidade de vida e a acentuada cultura gastronômica – mas as vantagens não param por aí.

ESPÍRITO DE RENOVAÇÃO APÓS MUDANÇA DE GOVERNO
A eleição do ex-prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, para presidente alimentou as esperanças de que a conjuntura econômica possa ganhar um novo impulso. Moses conta um crescimento considerável a partir de 2017, quando as reformas iniciadas pelo presidente forem implementadas. “Após a mudança do governo a economia apresentou um grande espírito de renovação, apesar do trabalho inicial para "organizar" o novo governo, que acabou impedidindo que esse desenvolvimento fosse ainda mais acelerado. A médio e longo prazo conta-se com um forte crescimento e com o aumento dos investimentos", afirma.

No que diz respeito ao consumo de carne, o vice-campeão da copa do mundo de 2014, ocupa o primeiro lugar. Com um consumo per capita de 59,7 quilos de carne bovina e 8,1 quilos de carne suína, os argentinos lideram o ranking mundial de modo soberano. Os 38,6 quilos de carne de frango contam pouco. Isso porque as demais aves e a carne de carneiro não são consideradas.

CONSUMO DE CARNE COMO INDICADOR ECONÔMICO
Esta obsessão é geral e até hoje sobreviveu a todas as crises; de fato em Buenos Aires o consumo de carne é um indicador da situação no país. A quantidade de gado abatida no dia anterior é relatada como um grande triunfo nas primeiras páginas dos jornais diários. Produtores de carne de bovina, que durante o governo Kirchner foram penalizados com intervenções governamentais, atualmente têm a esperança de que a exportação traga novos impulsos: a redução de impostos para a exportação e a desvalorização do peso devem aumentar o gosto dos estrangeiros pela carne bovina argentina.

Alejandro Kirchuk / Revista HRS
Em Buenos Aires o consumo de carne é um indicador da situação no país
Em Buenos Aires o consumo de carne é um indicador da situação no país
Além da ótima culinária, a arquitetura elegante, o clássico tango, uma rica herança cultural e a atmosfera cosmopolita fazem de Buenos Aires uma das destinações mais atraentes da América Latina. E isso também vale para viajantes corporativos. Há muito tempo a cidade situada junto ao Río de la Plata é um dos mais apreciados destinos para congressos na América do Sul. Além disso, o elevado nível de educação tem como um agradável efeito colateral o fato de que é possível se comunicar bem em Inglês, um grande benefício tanto os viajante de negócios quanto para os turistas. Antes mesmo da mudança de governo, o número de visitantes internacionais ficou pouco abaixo da marca recorde de seis milhões. Se levarmos em conta as condições econômicas, que tendem a melhorar, o número de viajantes corporativos deve aumentar consideravelmente.

FACILITANDO A VIDA DOS VIAJANTES A NEGÓCIOS
"Com o novo governo muitas coisas ficaram mais fáceis no dia a dia das empresas, especialmente no que diz respeito às reformas no mercado de divisas", diz Carl Moses. As taxas de câmbio divergentes foram unificadas; anteriormente os estrangeiros tinham que trocar suas moedas por meios "extra oficiais" ou pagar preços excessivos à base do dólar ou do real, quando a troca era feita com o câmbio oficial. A primeira consequência da liberação do mercado de divisas foi a desvalorização do peso. Mas isso também deve significar, em um curto espaço de tempo, grandes vantagens competitivas para o país. Outro efeito colateral positivo para as viagens de negócios são os custos locais relativamente moderados.

Ainda que no início do milênio o setor de hotelaria mal pudesse arcar com a demanda por hospedagem de alta qualidade, hoje Buenos Aires conta com hotéis muito bons. Basta pensar nas 170 feiras e congressos que acontecem durante o ano para entender que bons hotéis são necessários.

A Grande Buenos Aires se estende por quase 100 quilômetros ao longo do Río de la Plata, mas os bairros do centro da cidade são relativamente bem estruturados. No elegante bairro chamado Recoleta, e seus quase cinco quilômetros quadrados, onde nasceu a Rainha Máxima da Holanda e o autor Jorge Luis Borges, notamos muitos os hotéis de categoria superior que concorrem pelos viajantes: Four Seasons, Park Hyatt, Wyndham, Accor e Meliá. Palácios bem cuidados, muito verde, museus, lojas e restaurantes de qualidade fazem da Recoleta um local bem agradável para viver.

Já no requintado Puerto Madero, o antigo porto que foi totalmente remodelado, encontra-se o Park Tower da Starwood. Desde que alguns arquitetos famosos, conhecidos internacionalmente, tiveram a liberação para darem asas a sua criatividade nos lofts e armazéns da área do antigo porto, o Puerto Madero se transformou em um dos principais bairros da cidade. O estilo pós-moderno e os prédios históricos formam um intenso contraste.

Além de outros museus, o Faena Arts Center, por exemplo, encontrou um espaço para a exposição de arte contemporânea na casa de máquinas de um antigo moinho de grãos. O Hilton Buenos Aires, com seu espaço para congressos com 6.700 metros quadrados, também aparece nessa área como mais uma das belas "peças decorativas" e a uma curta distância do bairro comercial Microcento. No belo bairro histórico de San Telmo encontra-se o Anselmo Buenos Aires, Curio Collection by Hilton, o segundo do grupo.

Alejandro Kirchuk / Revista HRS
Bairros do centro da cidade são relativamente bem estruturados
Bairros do centro da cidade são relativamente bem estruturados
Também a magnífica Avenida de Mayo com seus palacetes em estilo art déco e art nouveau está entre os atrações turísticas da bela metrópole. A avenida leva do Palácio do Congresso até a sede do governo, a Casa Rosada na Plaza de Mayo. As elegantes construções testemunham que há cerca de 100 anos a Argentina estava entre os países mais ricos do mundo. O lendário Café Tortoni, conhecido antigamente como ponto de encontro de literatos, continua sendo um exemplo vivo da cultura dos cafés, típica desta cidade.

HORA DO RUSH? A PÉ É MAIS RÁPIDO
O fato dos bairros mais atraentes - exceto Recoleta e Palermo ao norte da cidade - estarem relativamente próximos, contar com um bom nível de segurança, permite que os visitantes conheçam uma boa parte de Buenos Aires a pé. Contudo, nem sempre é fácil chegar ao centro sem gastar muito tempo.

A metrópole possui uma boa conexão internacional. Além do aeroporto internacional Ministro Pistarini em Ezeiza, há o aeroporto doméstico Jorge Newberry e o porto mais importante da Argentina. Recebe navios mercantes e aproximadamente 200 navios de cruzeiros por ano. Além disso, uma estação de barcas conecta Buenos Aires ao Uruguai, do outro lado do rio.

Mas dentro da região metropolitana, com seus treze milhões de habitantes, a situação do trânsito é frequentemente difícil. O metrô, uma gigantesca rede de ônibus e as auto-estradas com até 16 faixas visam proteger Buenos Aires contra o colapso de trânsito, muito comum nas megacidades latino-americanas. O êxito desta tentativa é discutível. Durante a hora do rush o modo mais rápido de transitar pela cidade é a pé. Uma boa dica para viajantes corporativos é chegar na cidade aos domingos, quando as grandes avenidas do centro da cidade estão tão vazias, que é até possível sair dançando tango nelas.

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