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Beatrice Teizen   |   21/06/2018 12:22

Cobiçada, Copa do Mundo é satisfatória para agências de incentivo

O investimento é alto e a logística complexa, mas o retorno positivo dos colaboradores que ganham é imensurável

Depois de meses de espera, a Copa do Mundo da Rússia chegou. Em 2014, os ânimos estavam bastante exaltados, já que o torneio mundial foi realizado no País. Neste ano, a distância é maior e o idioma é uma grande barreira, mas o campeonato continua sendo um grande sonho para os funcionários como prêmio de incentivo das empresas.

Divulgação/Fifa
O investimento é elevado e a logística é complexa, mas o retorno positivo dos colaboradores que ganham é imensurável. “A Copa do Mundo é o prêmio mais cobiçado pelos clientes e pelos compradores. Ele mexe com o imaginário das pessoas”, explica o diretor da Honour Experience, empresa do grupo Alatur JTB, Gilmar Caldeira.
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Gustavo Elbaum
Gustavo Elbaum

Apesar da crise econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos e pelas incertezas de que o País não consegue se livrar, as vendas de incentivo foram positivas para as principais agências que comercializam esse produto – e até superaram as expectativas de algumas.

“Para nós elas foram acima do planejado. Fizemos uma movimentação junto aos clientes no meio do ano passado, para ver se haveria aderência, e não teve muita reação. Não entanto, no final de 2017, eles se interessaram bastante. O volume foi muito maior, foi realmente surpreendente”, revela o diretor sênior para América Latina da CWT Meetings & Events, Gustavo Elbaum.

Para a Top Service, que vende pacotes para a Copa desde 1966, as vendas não foram exatamente como o esperado, mas também não foram ruins. “Com todas as dificuldades que o Brasil vem passando, sentimos que existiu um pouco de dificuldade para fechar. O preço da viagem para a Rússia não é dos mais baratos e acho que o que mais atrapalhou foi a ressaca financeira que o País ainda vive”, afirma o diretor da Top Service, Luís Abrahão Neto.

Emerson Souza
Gilmar Caldeira
Gilmar Caldeira
A agência vendeu para mais de 60 clientes, formando mais de 70 grupos. Abrahão admite que sentiu certa dificuldade de comercialização, pois muitas empresas queriam investir, mas acabaram recuando. Ou então, muitas queriam ir e depois mudaram de ideia. Houve um certo período de impasse por meio das companhias.

Emerson Souza
Luís Abrahão Neto
Luís Abrahão Neto
A Honour Experience também teve suas expectativas atendidas e foram positivamente surpreendidos pelo tíquete mais alto do que o imaginado. “Porém percebemos que os clientes corporativos no Brasil estão ainda um pouco desanimados e apreensivos com o futuro”, explica.

Com 65 anos de história, a Agaxtur também é uma das empresas credenciadas para comercializar a Copa do Mundo. As vendas dos pacotes de incentivo para a Rússia foram até um pouco acima do esperado e a agência ainda conquistou pelo menos seis novos clientes que nunca haviam feito incentivo.

"Alguns desses novos compradores vieram por meio das agências de viagens. Fazemos um trabalho junto ao agente, para incentivar e mostrar este produto que oferecemos. Queremos ser parceira da agência, dando a estrutura necessária, mas sem aparecer no resultado final", conta o vice-presidente da Agaxtur, Jarbas Correa Júnior.

Emerson Souza
Jarbas Correa Júnior
Jarbas Correa Júnior
“Os clientes estavam esperando o fechamento do ano para avaliar a questão de budget. Hoje em dia, não só no mercado de eventos. As coisas estão cada vez mais em cima da hora, por causa das incertezas. E brasileiro tem a síndrome do último minuto. Mas por ser uma logística trabalhosa e ter um alto custo, os clientes tendem a se preparar com um pouco mais de antecedência”, diz Elbaum.
Emerson Souza
Fabio Rossi
Fabio Rossi

O diretor da Flytour Eventos, Fabio Rossi, também sentiu a demanda em cima da hora. "Até março a procura estava um pouco morna. A partir de abril e maio, os clientes que estavam na dúvida nos procuraram para fechar. Quando se começa a falar de Copa, a expectativa é gerada. Os brasileiros, inclusive, foram o terceiro povo que mais comprou o torneio", conta.

VISÃO ASSOCIATIVA
Para o diretor executivo da Alagev, Eduardo Murad, as percepções são as mesmas das TMCs. “Geralmente a Copa tem um apelo muito corporativo, principalmente para ativação das áreas de marketing e vendas por meio de viagens de incentivo. Falando com algumas agências, vimos que as vendas foram positivas e dentro do esperado.”
Emerson Souza
Eduardo Murad
Eduardo Murad

Segundo o diretor executivo da entidade, as empresas que já tinham uma estratégia pautada em incentivos para o torneio mundial na Rússia já haviam criado suas campanhas em 2017 com o objetivo de levar clientes e funcionários para os jogos.

Murad afirma também que a associação notou que houve uma procura tardia por pacotes e decisões em cima da hora, assim como foi relatado pelo diretor da CWT Meetings & Events e o diretor da Honour Experience “Os grupos menores, por exemplo, tiveram de adequar sua programação aos serviços, destinos e jogos que restaram”, finaliza.

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