Artur Luiz Andrade   |   03/05/2023 09:48
Atualizada em 03/05/2023 11:31

Investidores globais pedem ousadia a empreendedores brasileiros

Painel no Web Summit Rio foi moderado por Ricardo Amorim e trouxe dicas aos fundadores latinos


Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile
Edith Yeung, Eric Acher, Renata Quintini e Ricardo Amorim
Edith Yeung, Eric Acher, Renata Quintini e Ricardo Amorim
Em painel moderado por Ricardo Amorim no segundo dia do WebSummit Rio, investidores internacionais deram as dicas sobre os tipos de negócios querem investir na América Latina. Pensar grande (ou seja, ter ousadia), pensar globalmente (e não apenas nos mercados brasileiro e latinos) e pensar em conjunto foram três dos conselhos de Edith Yeung, general partner na Race Capital, Eric Acher, fundador e managing general partner na Monashees, e Renata Quintini, co-fundadora da Renegade Partners.

Para Eric Acher, os próximos dez anos serão melhores que os dez anteriores para investimentos e criação de empresas no Brasil e na região. Isso porque o ecossistema da América Latina já possui empreendedores experientes, a tecnologia está presente, incluindo a disruptiva, e há muitas oportunidades para atrair capital para cá. Mesmo com um acesso reduzido (a capital) nesse momento, com o dinheiro vindo apenas do que ele chama de fundos de venture capital raiz, ele acredita no potencial da região.

GO BIG, GO GLOBAL

Os três painelistas recomendaram que os empreendedores brasileiros pensem globalmente, arrisquem, sejam ousados. “A ambição do fundador é determinante. Hoje vemos muitos empreendedores querendo ser globais ou mesmo começando empresas fora de seus países de origem”, analisa Eric Acher. Para ele, a meta é fazer com que a América Latina gere inovação global, e não apenas local.

Para Renata Quintini, só a falta de ambição pode frear a possibilidade de o próximo Google ou a próxima Tesla nascerem na América Latina. Os investidores, segundo ela, estão de olho nas grandes oportunidades, grandes ideias que tragam grandes retorno. “Construa o melhor possível, use a tecnologia existente.”

Edith Yeung disse que veio ao Brasil para conhecer a próxima geração da máfia de empreendedores brasileiros e que quer apoiá-los a conquistar o mundo, sem discriminação, com apostas no B2B, no open source, em quem quer ser global.

A executiva, que é de Hong Kong, destaca ainda o talento dos jovens empreendedores brasileiros, que têm atraído, desde a década passada, investidores chineses de olho nesse potencial.

Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile
Renata Quintini
Renata Quintini
Renata, que também elogia a flexibilidade a adaptabilidade dos brasileiros para novas soluções e ideias, além do alto engajamento tecnológico da população, aconselha também que o ecossistema de startups brasileiro aposte em conexões. Em um ser cliente do outro. Em investir no outro. “Esse conceito de máfia é importante.”

“Confiança e ambição. Paciência e resiliência. São os meus conselhos (aos fundadores brasileiros). A região é difícil, especialmente pelo risco de execução, por isso é preciso ter recursos, paciência e resiliência. Nós temos a energia empreendedora para conseguir”, finaliza Eric Acher.

Tópicos relacionados