Filip Calixto   |   26/09/2023 15:36
Atualizada em 26/09/2023 15:39

Variação do preço da ponte aérea Rio-SP é obstáculo para destino

Levantamento da associação considera que altos valores atrapalham o desenvolvimento da região

Divulgação/Rio Vamos Vencer
Marcelo Conde, presidente da Rio Vamos Vencer
Marcelo Conde, presidente da Rio Vamos Vencer

A variação de preços nas passagens da ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo, uma das rotas mais movimentadas do Brasil, tem sido um obstáculo significativo para o desenvolvimento econômico e o avanço dos negócios na região. É isso o que conclui um levantamento feito pela Associação RVV (Rio Vamos Vencer) no último dia 24. Segundo informa o relatório, o preço ida e volta do Aeroporto Santos Dumont (SDU) ao Aeroporto de Congonhas (CGH), para viajar no dia seguinte, custava até R$ 8 mil, mais do que uma passagem internacional.

"Isso afasta passageiros, prejudica os negócios e cria obstáculos para o crescimento econômico do Rio de Janeiro", enfatizou o presidente da RVV, Marcelo Conde. Ele acrescentou ainda que a entidade está muito preocupada com o desestímulo da vinda ao Rio, em função da variação dos preços.

"Precisamos de negócios e de Turismo. Esta semana, o Rio receberá a 50ª edição da Abav Expo, o maior encontro de Turismo da América Latina, e os valores exorbitantes das passagens prejudicam e até impedem que profissionais do setor venham para o evento", reforçou Conde.

Outro membro da RVV e também empresário, Marco Adnet, destaca que é imperativo cobrar medidas imediatas dos governos Federal e Estadual para eliminar esse custo inviável da ponte aérea. "Isso pode incluir incentivos fiscais para as companhias aéreas que operam nesta rota, regulamentações que garantam preços justos e competitivos e a busca por soluções que melhorem a infraestrutura aeroportuária, reduzindo os custos operacionais", sugere.

A vice-presidente da Abav Nacional e integrante da RVV, Cristina Fritsch, reforça que os preços exorbitantes e voláteis das passagens afetam não apenas viajantes a negócios, mas também pessoas que precisam viajar por motivos familiares, de saúde ou outros. "Sem mencionar o impacto gerado nas empresas, uma vez que a incerteza nos preços das passagens afeta os custos operacionais e a mobilidade de funcionários, prejudicando a eficiência dos negócios", acrescentou Cristina.

A RVV já enviou uma correspondência para a presidente da Abear, Jurema Monteiro; para a Anac; para o ministro do Turismo, Celso Sabino; para o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e para o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa.

No documento, além do pedido de uma revisão na política de preços, são apontados alguns aspectos que também precisam de atenção, que incluem: endosso de passagem, malha de voos sem superposição de horários entre as companhias aéreas, definição de valores mínimos e máximos no preço das passagens, alteração de horário sem multa ou penalização do passageiro para voos no mesmo dia e facilidade no embarque.

"Rogamos às autoridades competentes e às companhias aéreas que considerem seriamente a necessidade de regulamentar os preços das passagens e revisar o modelo de atuação da ponte aérea. Isso não se trata de limitar a liberdade de mercado, mas, sim, de garantir que voar entre duas das maiores cidades do Brasil seja acessível e justo para todos", finalizou Marcelo Conde.

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