Rodrigo Vieira   |   09/04/2016 11:15

Painel: "Agências só ganham muito dinheiro com nichos"

Painel movimentou manhã de segundo dia da 39ª Aviesp

Marluce Balbino
CAMPINAS (SP) – Seriam os nichos a melhor alternativa das agências de viagens contra a concorrência do on-line na era da informação? Cada vez mais especialistas apontam o modelo de negócio segmentado como a grande bandeira da sobrevivência para os agentes. E a manhã de segundo dia de 39ª Aviesp - Expo de Negócios em Turismo reforçou aos profissionais paulistas a importância de deixar de comercializar todos os produtos para se focar em um estilo de viajante, do jogador de poker ao maratonista, dos noivos aos fãs de vinhos. E por aí vai, afinal, há um mundo de interesses, hobbies e atividades a serem exploradas no Turismo.

Marluce Balbino
Marcelo Coltro, da XTravel
“Porém, não adianta escolher qualquer nicho e ir adiante, é preciso estar mergulhado no universo do nicho em que você deseja abrir”, afirmou o painelista especializado em viagens para maratonistas, Marcelo Coltro, da XTravel. “Eu e minha esposa sempre vivemos o universo do esporte, em especial a corrida. Nós sabemos o que o atleta quer, o que ele gostaria de ter durante a viagem, e só assim uma agência segmentada terá sucesso, isto é, quando os agentes sabem do que estão falando. Vender nichos para grupos específicos é a única maneira de uma agência de viagens ganhar muito dinheiro, a não ser que ela seja uma dessas gigantes de mercado”, completou o especialista.

Outro dos nichos apresentados no painel mediado pela curadora Gabriela Otto, que também é blogueira PANROTAS, era o de jogadores de poker. O diretor da Flush Tour, agência especializada no jogo de baralho, Devanir Campos, ressaltou que não adianta apenas ter nicho sem um atendimento de qualidade.

“No mercado de Turismo, ninguém mais faz milagres com preço. As tarifas estão padronizadas, então o cliente precisa ter atenção. O agente precisa saber o que ele quer, senão ele compra passagem em uma agência qualquer e faz a própria viagem”, avaliou Campos. “No nosso caso, é essencial ele se sentir como um jogador de poker especial, independentemente de seu poder aquisitivo ou do tamanho do campeonato que ele vai encarar. Mimos a esse viajante são essenciais, desde o suporte no serviço até o tratamento durante a viagem.”

Lua de mel não é mais o único motivo pelos quais novos viajam, e Natália Bonavita, da Due B, do nicho de viagens para casamento subiu ao palco do painel para prová-lo. “A indústria do casamento movimentou R$ 12 bilhões em um 2015 de crise e desse valor 20% foi gasto com viagens. Isso significa os noivos levando a festa inteira para comemorar em um destino”, explicou Natália. “As agências segmentadas não devem vender viagens, mas experiências. Ninguém vai a um destino apenas por estar lá. As pessoas buscam informações, querem fazer atividades específicas. No nicho de casamento isso é ainda mais exacerbado. Sou uma vendedora de experiências, de sonhos, em que nada pode dar errado.”
Marluce Balbino
Devanir Campos, da Flush Tour

Para finalizar, os agentes de viagens do painel ressaltaram a importância do meio on-line, principalmente das redes sociais, para não ficar para trás. Eles concordaram entre eles que não há maneira melhor de atingir o público-alvo de maneira tão forte e específica como usar ferramentas tais quais facebook, instagram, snapchat, e-mail, entre outras.
Marluce Balbino

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