Rafael Faustino   |   10/11/2016 11:40

Latam: Brasil será um dos primeiros a ter novas tarifas

Após anunciar, na noite de ontem (9), um novo modelo de segmentação de suas tarifas domésticas em toda a América Latina, a Latam Airlines revelou, por meio da CEO da unidade brasileira, Claudia Sender, que o Brasil será um dos primeiros países a pass

Após anunciar, na noite de ontem (9), um novo modelo de segmentação de suas tarifas domésticas em toda a América Latina, a Latam Airlines revelou, por meio da CEO da unidade brasileira, Claudia Sender, que o Brasil será um dos primeiros países a passar pela mudança.

“Sem dúvida no Brasil já implementaremos [o novo modelo] em 2017, mas ainda dependemos de questões tecnológicas”, disse Sender, em entrevista nesta manhã, sem revelar o cronograma exato das mudanças. Também passarão pelo processo Chile, Argentina, Peru, Colômbia e Equador.

Emerson Souza
CEO da Latam Airlines Brasil, Claudia Sender contou mais detalhes sobre as mudanças implementadas pela companhia
CEO da Latam Airlines Brasil, Claudia Sender contou mais detalhes sobre as mudanças implementadas pela companhia

No novo modelo de atuação, a Latam se assemelha às companhias low cost, oferecendo uma tarifa básica aos passageiros e deixando à escolha deles acrescentar serviços e benefícios que aumentem o preço. Desde a escolha do assento até a pontuação no programa de fidelidade e a alimentação – que terá cerca de 50 opções dependendo da rota –, tudo será personalizável, segundo a CEO da Latam Airlines Brasil, com poucas exceções. “O despacho de bagagem, por exemplo, é regulado pela Anac, então nisso não podemos mexer”, lembrou Claudia Sender.

Com as mudanças, a empresa estima que sua tarifa-piso caia até 20% nos voos domésticos na América Latina. “No Brasil, a redução deve ser próxima a esse patamar”, apontou a CEO.

“UNIVERSALIZAÇÃO”
O novo modelo de atuação da Latam, mesmo em um momento de retração da aviação doméstica, visa, segundo Claudia Sender, abrir espaço para um novo momento de crescimento do setor. “Buscamos a universalização do transporte aéreo, como um meio de deslocamento, e não serviço de luxo. Acreditamos que há uma grande demanda reprimida na aviação do Brasil, que tem uma média de meia viagem por passageiro ao ano”, destacou a CEO, lembrando que no Chile essa taxa dobra, e em países como a Inglaterra chega a três viagens por pessoa.

Felippe Constancio
No novo modelo de vendas da Latam, escolher o assento previamente garantirá de fato o lugar, mas custará um pouco mais
No novo modelo de vendas da Latam, escolher o assento previamente garantirá de fato o lugar, mas custará um pouco mais
A empresa estima um aumento de 50% no volume de passageiros transportados até 2020. "Mas, para isso acontecer, o precisamos ter uma maior acessibilidade aos voos. E esse modelo de viagem, em que o passageiro pague pelo que quer utilizar [enquanto tem a opção de uma tarifa mais barata sem os benefícios] caminha nesse sentido."

TECNOLOGIA
Para facilitar esse processo, a Latam deverá disponibilizar o modelo personalizado de tarifas em todos os meios de distribuição: desde seu site, que passará por mudanças em breve, até os dispositivos móveis e os sistemas GDS. A ideia é que passageiro possa escolher no momento da compra o que irá acrescentar em seu voo, e ainda possa pagar no avião por algo que decida na hora – como uma alimentação diferente da escolhida anteriormente “Estamos trabalhando no layout, mas queremos que seja o mais transparente possível”, garantiu Sender.

A novidade também deverá contribuir para o processo de digitalização de todos os processos envolvendo o voo, como quer a Latam. “Queremos que tudo seja digitalizado. Cada vez mais o passageiro vai ter controle da sua jornada, por dispositivos que ele carrega. Não só a compra, mas também reembolso e outras funções”, citou.

Apesar disso, o que ainda não está definido, por enquanto, é a data de implementação de internet wi-fi em voos da Latam, como já ocorre nas concorrentes Gol e Avianca. “Temos o Latam Entertainment, que cumpre a função de dar conectividade ao entretenimento nos dispositivos dos passageiros, então será uma migração fácil”, disse Claudia, lembrando do aplicativo que, segundo a companhia, já teve cerca de dois milhões de downloads.

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