Filip Calixto   |   10/05/2024 14:09
Atualizada em 10/05/2024 14:19

82% dos investimentos em parques e atrações não seriam feitos sem o PERSE

Empresários explicam que recursos economizados com impostos viram novos investimentos em atrações

Divulgação
Apenas 17% manteria todo o reinvestimento em parques e atrações sem a manutenção do PERSE
Apenas 17% manteria todo o reinvestimento em parques e atrações sem a manutenção do PERSE

Muito além das declarações de parlamentares ou de líderes setoriais a respeito de sua importância, a manutenção do PERSE, mesmo que em uma nova versão, já começa a ter números concretos de efetividade medidos em pesquisa. Levantamento publicado ontem (9) mostra que, no setor de parques temáticos e atrações o projeto de incentivos fiscais é fator fundamental para a ampliação de investimentos. Segundo a pesquisa, 82,6% dos proprietários e investidores nesse segmento brecariam novas injeções de capital caso o PERSE fosse suspenso.

A explicação dada por quem financia este segmento é que o projeto ofereceu fôlego para aumentar a aposta e ampliar o nível de reinvestimentos em um momento que os resquícios da pandemia ainda são sentidos.

PANROTAS / Filip Calixto

"O PERSE desempenhou um papel crucial no apoio ao setor de entretenimento, fornecendo estímulo econômico em meio aos desafios durante a pandemia. As empresas beneficiadas direcionaram recursos economizados com impostos em reinvestimentos estratégicos, que por sua vez estimulam a visitação, a geração de empregos e à economia", comentam os realizadores do estudo.

Sem o PERSE, informa a pesquisa, a maioria dos investimentos projetados para a oferta atual não existiria. Notadamente, 81% das FECs (que são centros de entretenimento e lazer para famílias) relataram que pelo menos 70% do valor destinado ao reinvestimento não teria sido aprovado. O mesmo raciocínio vale para os parques de diversão e atrativos, aponta o relatório.

Todos essas aplicações em estruturas já instaladas geram a soma de R$ 5,9 bilhões já comprometidos para investimentos em 221 empreendimentos do tipo (indo de parques naturais a centros de entretenimento em shoppings). Sendo 68,8% delas com prazo de entrega ainda para este ano.

PANROTAS / Filip Calixto

Aumento na visitação é o maior fator de crescimento

Outro dado em destaque no estudo diz respeito ao caminho pelo qual o setor pode crescer e faturar mais. Segundo a pesquisa, o aumento na visitação é o que pode viabilizar crescimento.

O aumento na frequência é o índice com maior projeção, acima do total de ampliações, inaugurações e até de preços contados por ingressos e consumo dentro dos empreendimentos.

"As empresas do setor de entretenimento adotaram uma postura mais cautelosa em relação ao crescimento das receitas em 2024. Em número de visitantes, ainda se espera crescimento de dois dígitos, estimulado também pelos novos investimentos. Já em ticket médio e em novos empregos, prevê-se estabilidade. Um ponto de atenção são os custos e despesas. Sem aumento de ticket médio, caso os visitantes não cresçam, as margens podem encolher no próximo ano", avaliam os pesquisadores.

Esses números estão na segunda edição da pesquisa Panorama Setorial e Novos Investimentos: Parques, atrações turísticas e entretenimento no Brasil, que foi idealizado pela parceria entre Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas), Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil) e Noctua Advisory.


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