Karina Cedeño   |   19/12/2022 16:49 Atualizada em 21/12/2022 10:54

30,1% dos brasileiros querem trabalhar de forma remota em 2023

Brasileiro deseja, cada vez mais, ser nômade e trabalhar em empresas internacionais


Unsplash/Bruce Mars
Os nômades digitais usam a tecnologia para trabalhar de qualquer lugar do mundo
Os nômades digitais usam a tecnologia para trabalhar de qualquer lugar do mundo
O home office caiu mesmo no gosto dos brasileiros e 30,1% dos trabalhadores darão, em 2023, preferência às vagas nesse modelo. O motivo principal para a escolha, para 28%, é a possibilidade de ingressar em qualquer empresa do Brasil e do mundo. Os dados são da pesquisa realizada pelo Vagas.com para o software de R&S Vagas For Business.

O levantamento também revelou que o regime híbrido é o favorito no Brasil para 43,15% dos respondentes, cuja escolha pelo presencial foi preterida (26,84%) em relação aos demais modelos (home office e híbrido). Enquanto a possibilidade de trabalhar para empresas localizadas a milhares de quilômetros de casa lidera a lista de motivos pelos quais muitos preferem o trabalho remoto, outros fatores também se destacam:

  • Não precisar se locomover até o trabalho (13,99%);
  • Ter mais tempo para cuidar da família (11,76%);
  • Ter tempo para outras atividades (11,76%);
  • Flexibilizar o tempo de trabalho com atividades domésticas (10,39%);
  • Ter mais foco e concentração (9,67%).

O estudo “Preferências do local de trabalho, realizado de 29 de outubro a 7 de novembro de 2022, por e-mail, contou com a participação de 11.601 candidatos da base de dados da Vagas.com. O objetivo da pesquisa é entender as preferências dos candidatos pelos modelos de trabalho disponíveis e os motivos pelos quais eles mais gostam desses formatos.


preferência pela flexibilidade

Durante a pandemia, 85% das empresas do Brasil adotaram o modelo home office. Desde então, o trabalho remoto ganhou adeptos que não abrem mão da flexibilidade oferecida no modelo. De acordo com o estudo Indeed & Glassdoor’s Hiring and Workplace Trends 2023, lançado pela empresa de recrutamento on-line Glassdoor, a flexibilidade no local de trabalho é o terceiro motivo mais citado por pessoas que procuram mudar de emprego.

Neste sentido, outros modos de vida, onde há o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, experimentos e novos estilos de vida surgem como alternativas ao momento atual, como os nômades digitais: colaboradores que usam a tecnologia para atuar profissionalmente em qualquer lugar do mundo, viajando enquanto trabalham.

De acordo com o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022, da empresa global especializada em migração Fragomen, o estilo de vida dos nômades digitais conta com mais de 35 milhões de adeptos no mundo. Estima-se, entretanto, que ele seja adotado por aproximadamente 1 bilhão de pessoas até 2035.

Com esse advento, evidencia-se também uma nova nomenclatura: o anywhere office (algo como “trabalho em qualquer lugar”), em detrimento do home office (trabalho em casa). Para especialistas como Patrícia Travassos, da CNN Brasil, esse modelo tende a se consolidar ainda mais no futuro.

Atualmente, nômades digitais podem conseguir vistos específicos para esse modelo de trabalho em 23 países, incluindo o Brasil. Por aqui, é necessário que estrangeiros comprovem renda mínima de US$ 1,5 mil por mês ou tenham uma conta bancária com o equivalente a US$ 18 mil.

Segundo a Folha de S.Paulo, pelo menos 300 vistos já foram concedidos a nômades digitais no Brasil entre janeiro e novembro de 2022, com São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina liderando as solicitações de permanência. Ao portal, o diretor de desenvolvimento de negócios da Golden Gate Global, Fernando Guerreiro, ressalta: “O perfil médio do nômade digital é o de um homem solteiro, branco, de 33 anos, com pelo menos um diploma universitário, que trabalha com softwares e ganha US$ 85 mil por ano. E que fica em média oito meses por ano fora de seu país de origem.”

Além disso, também são favorecidos pelo nomadismo os profissionais conectados ao meio digital, como designers, influenciadores digitais, especialistas em marketing e tecnologia da informação e outros.


Quatro dias de trabalho na semana

Para entender os benefícios da redução da jornada de trabalho semanal, primeiro é necessário entender seu conceito. A ideia, que nasceu com as mudanças que ocorreram durante a pandemia, gira em torno de uma semana de trabalho com um dia a menos, mas com o mesmo salário e os mesmos benefícios.

Segundo a 4 Day Week Global, fundação internacional sem fins lucrativos de pesquisas acerca do tema, funcionários expressam maior satisfação com sua própria produtividade e performance em uma jornada de trabalho de quatro dias por semana.

De acordo com a Euronews.next, a lista de países que já implementaram ou estão testando o modelo conta com Bélgica, Reino Unido, Escócia, País de Gales, Islândia, Suécia, Alemanha, Japão, Espanha, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá.

Além de favorecer o estilo de vida nômade digital, já que dá mais tempo aos funcionários para se deslocarem e aproveitarem diferentes países, a semana de quatro dias beneficia a saúde mental. Segundo o Owl Labs, um teste na Nova Zelândia resultou em funcionários com 27% menos estresse relacionado ao trabalho e 45% mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

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