Marina Marcondes   |   09/11/2017 13:15

13º deve injetar R$ 200 bilhões na economia

A pesquisa feita pelo Dieese mostra que este montante representa aproximadamente 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e

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Estima-se que a maioria pretende quitar dívidas
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Até dezembro de 2017 estima-se que deverão ser injetados na economia brasileira mais de R$ 200 bilhões, com o pagamento do 13º salário. Este montante representa aproximadamente 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos Estados e municípios.

Cerca de 83,3 milhões de brasileiros serão beneficiados com um rendimento adicional, em média, de R$ 2.251. As estimativas são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Deste montante, aproximadamente 48,1 milhões, ou 57,8% do total, são de trabalhadores no mercado formal. Entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada somam 1,9 milhão, equivalendo a 2,2% do conjunto de beneficiários. Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) representam 34,1 milhões, ou 40,9% do total. Além desses, aproximadamente 1,1 milhão de pessoas (ou 1,3% do total) são aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio).

O número de pessoas que receberá o 13º salário em 2017 é superior em 0,4% ao calculado para 2016. Vale destacar os segmentos de beneficiários mais importantes numericamente: empregados do setor formal, com redução de 3,9%, e aposentados e pensionistas do INSS, com variação de 0,9%.

Em relação a 2016, quando o montante teria sido de R$ 191,4 bilhões, o valor apurado em 2017 cresceu 4,7%, o que significaria aumento de 1,4% acima da inflação prevista para o ano. Se observados apenas os trabalhadores do setor formal, estima-se aumento de 0,5% no montante pago, também em termos reais.

DISTRIBUIÇÃO
Refletindo a maior capacidade econômica da região, a parcela mais expressiva do 13º salário (49,4%) deve ficar nos Estados do Sudeste, que concentram a maioria dos empregos formais, aposentados e pensionistas. No Sul do País devem ser pagos 16,2% do montante, enquanto ao Nordeste serão destinados 15,9%. Para as regiões Centro-Oeste e Norte irão, respectivamente, 9,0% e 4,7%. Importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União respondem por 4,9% do montante e podem estar em qualquer região do País.

O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4.234) e o menor, no Maranhão e Piauí - ambos com média próxima a R$ 1.541. Essas médias, porém, não incluem as pessoas aposentadas pelo Regime Próprio dos Estados e dos municípios, pois não foi possível obter esses dados, informou o departamento.

MERCADO FORMAL

Para os assalariados formalizados dos setores público e privado, a estimativa é de que R$ 130,6 bilhões serão pagos a título de 13º salário, até o final do ano, a 46,3 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos.

A maior parcela do montante a ser distribuído caberá aos que estão ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que assim ficarão com 63,2% do total destinado ao mercado formal; os empregados da indústria receberão 19,1%; os comerciários terão 13,5%; aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 3,3%; enquanto 2,1% serão destinados aos trabalhadores da agropecuária, como mostra a Tabela 2.

Em termos médios, o valor do 13º salário pago ao setor formal corresponde a R$ 2.822,75. A maior média deve ser paga para os trabalhadores do setor de serviços e corresponde a R$ 3.214,39; a indústria aparece com o segundo valor, equivalente a R$ 2.992,50; e o menor ficará com os trabalhadores do setor primário da economia (R$ 1.700,14).

O cálculo leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria Nacional do Tesouro (STN). E para a medição do impacto do pagamento do 13º salário, o Dieese não leva em conta autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano, uma vez que dados sobre esses proventos são de difícil mensuração.

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